Capítulo 53

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PV. Christian

Saber que mesmo com tudo que aconteceu, tudo que minha mãe falou Ana ainda se disponibilizou a ajudá-la me mostra o quanto Anastácia é especial, apesar de saber parte da história ela não virou as costas para ela.

Me pego pensando se realmente a mereço, será que eu no lugar dela faria o mesmo? Eu não sei, talvez a minha mágoa por tudo que foi falado, tanto dela quanto da mãe, ouvir as coisas que Carrick disse, de ter dado em cima de Carla.

Tenho minhas dúvidas, talvez eu teria ido embora sem olhar para trás, como ela mesma disse, já tem problemas demais com a saúde da mãe.

Um alvoroço começa do lado de fora da minha casa e já imagino que seja o homem que por toda minha vida considerei meu pai, não sei como será minha reação perante a ele, após saber do que ele fez com minha mãe. Tranca-la por nove meses, nem animal deve viver trancado.

A porta se abre em um rompante, logo atrás dele vejo meu pai, sim esse foi meu pai, apesar de não o chamar assim, mas é com ele que tenho minhas memórias, jogando bolo, andando de bicicleta com ou sem rodinhas, enquanto Carrick estava no escritório como eu disse não posso reclamar dele como pai, o tratamento entre nós três sempre foi igual, até porque nosso contato se restringia apenas aos jantares.

Taylor segura a arma, ele está pronto para o que quer que esse homem faça.

— Onde ela está? — Cospe as palavras.

Levanto meus olhos e o observo por um tempo, ele está uma bagunça em sua mão tem cortes, me recordo de Olga dizer que ele chegou quebrando tudo em casa, sua camisa está amarrotada a gravara, sabe Deus onde foi parar.

— Primeiro, baixe o tom de voz dentro da minha casa, segundo ela quem?

— A vadia da sua mãe.

Conto mentalmente até dez respirando fundo, mais uma ofensa e eu não respondo por mim.

— Essa não é a minha mãe.

— Aquela vagabunda na primeira oportunidade abriu as pernas para o primeiro macho...

Antes que ele termine a frase, seu corpo é lançado ao chão e o mais surpreendente é que foi por mim, mal me dei conta de que levantei muito menos que dei o soco na cara de Carrick, continuo socando até que ouço gritos.

Paro imediatamente, Mia chora agarrada a Elliot.

— Christian, por favor não faz isso, você vai matá-lo. — Pede chorando.

— Me perdoa. — Me levanto e vou até ela abraçando meus dois irmãos.

— Você não é assim, não faça isso, não é por ele, mas por você mesmo.

— Tudo bem, me desculpa me deixei levar pela raiva.

Carrick levanta do chão cambaleando, quando consegue se firmar em pé, nos olha sorrindo, mas não um sorriso de felicidade, mas um de deboche, de indiferença.

— Vocês são todos como ela, dois médicos para que porra eu preciso de filho médico? O que fez a faculdade certa não prestou para seguir meus passos e ainda é um bastardo, você deveria ter morrido quando te deixei sozinho, deveria ter sumido da minha vida, mas não, você foi forte, pensei, não é meu, mas será como eu, e o que você fez, desgraçou toda a nossa família por um rabo de saia.

— Eu vou matar você. — Digo com raiva, e Elliot me segura. — Saia da minha casa agora. — Grito.

O desgraçado volta a sorrir, passar por nós e antes de sair dá seu último recado.

— Avisa a mãe de vocês que a espero em casa, a minha promessa continua de pé, desse casamento ela só sai de duas formas, ela sabe quais são.

Antes que qualquer um de nós tenha reação Taylor o empurra para fora.

O Mundo Dentro de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora