Capítulo 17

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PV. Anastácia

Não sei o que dizer tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, Christian com essa proposta absurda, e eu mais louca que ele, pensando em considerar a oferta para salvar a vida da minha mãe.

Minha mãe deixar de fazer esse tratamento está fora de questão ela tem que se tratar nem que para isso eu precise me sacrificar de alguma forma, ter um filho de Christian Grey não deve ser a pior coisa do mundo, mas entregá-lo ao pai e ser privada do convívio diário com o meu filho sim, isso seria demais para mim.

"Ele disse querer que o filho convivesse com a mãe."

Talvez me deixe ser a babá da criança.

Oh! Deus! São tantos pensamentos contraditórios que estou zonza.

Dra. Mia chega à sala de espera, seu rosto está triste, lágrimas estão rolando pelo meu rosto antes mesmo que me dê qualquer notícia, olhar para a médica que na primeira consulta estava tão confiante e hoje aparece com o rosto triste, não deve ser boa notícia.

— Como ela está Mia? - Christian faz a pergunta que estou evitando.

O rosto dela para o irmão é de assustada, principalmente por ele não me soltar, e eu não me separo de seu corpo, pois não tenho forças para me manter de pé, sozinha.

— Infelizmente ela não está bem, Carla está bem debilitada, não posso iniciar o tratamento com ela assim, o corpo dela está beirando o limite, e qualquer coisa que eu faça agora, pode ser fatal, o que poderia ser feito, já foi. Iniciamos um tratamento para fortificar o organismo, e também ferro direto na veia.

Choro é tudo que consigo fazer, chorar, o medo de perder o meu mundo, perder minha mãe, minha rainha meu porto seguro.

— Podemos vê-la? - Kate pergunta, me trazendo para a realidade.

— Ela está dormindo, mas podem ficar com ela. - Mia diz.

Seguimos com Mia até a porta do quarto que ela indica ser da minha mãe, não sei se quero entrar, na verdade, tenho medo do que vou encontrar, meus pés travam no corredor, todos me olham com expectativa.

— Podem entrar, fico com ela. – Christian diz.

Mia, Kate e Elliot entram deixando para trás Christian e eu, ele me senta na cadeira que fica em frente à porta se abaixa em minha frente e me olha com carinho, suas mãos alcançam meu rosto limpando as lágrimas que insistem em cair.

— Estou com você Ana, mesmo que não me conheça e não confie em mim, estou aqui. Se quiser pode se abrir comigo, Mia disse que Carla está estável, ela está sendo bem cuidada no hospital, tudo dará certo.

O encaro por um tempo.

— Não quero sentir o medo que estou sentindo, esse sentimento de impotência, de não poder fazer nada, sei que ela está sendo bem cuidada, mas até quando? Até descobrirem que nosso seguro não cobre as despesas do hospital, muito menos do tratamento? E então o que vai acontecer? Ela será mandada de volta para casa, e o jeito que teremos será pedir a Deus que a deixe um pouco mais conosco. A vida não é justa, Christian, nada disso é justo, minha mãe é uma boa pessoa, uma mulher caridosa, por quê? Porque com ela?

— Infelizmente não existe um porque Ana, essa doença é devastadora por onde passa, para a pessoa que a tem e para os familiares, mas agora, quero que pense somente em coisas positivas. É duro ouvir isso, mas você precisa entrar naquele quarto e, ser forte por vocês duas, conhecendo Carla como conheço ver você sofrendo vai ser pior que a doença.

Christian tem razão preciso ser forte por ela e por mim, mesmo que não saiba de onde tirar forças, puxo o ar e me levanto para entrar no quarto, uma moça muito bem vestida aparece no corredor chamando nossa atenção, quando vou abrir a porta do quarto, ela para em frente ao mesmo.

— Pois não? — Pergunto, pois, não a conheço.

— Você é o quê da paciente. — Olha em sua folha. — Carla Adams.

— Filha.

— Sou Giovanna. — Estende a mão para que eu aperte. — Sei que está passando por um momento delicado, mas precisamos conversar a respeito do seguro da sua mãe, desde a primeira vez em que esteve aqui, estamos tentando para que aprovem o tratamento dela, e todos os pedidos foram negados. Dra. Mia e o Dr. Elliot fizeram uma carta para que a administração do hospital entrasse em contato com eles, buscando uma solução para o problema, assim o fizemos, mas não há nada que possamos fazer.

Ouço tudo que ela diz, minha cabeça lateja com as informações.

— Mediante as informações, me designaram para conversar com a paciente ou algum responsável para saber qual a próxima medida a ser tomada?

Olho para Christian totalmente em choque, o que eles querem que eu faça? Retire minha mãe do hospital e leve para casa?

— Sra. Giovana, o que sugere que eu faça? Dra. Mia disse que minha mãe está estável, posso tirá-la do hospital e levá-la para casa? A Senhora ou qualquer outra pessoa deste hospital se responsabilizará, caso aconteça algo com ela? — Pergunto nervosa.

— Me desculpe Senhorita, mas só estou fazendo meu trabalho.

Sei que estou irritada com a pessoa errada, ela não tem culpa de ser portadora de péssimas notícias.

— Me desculpa você não tem culpa.

— Anastácia, entre e vá ver sua mãe, vou conversar com a Sra. Giovana. — Christian diz sério.

— Não.

— Ana. — Diz sério.

— Eu disse não Christian, minha resposta da lanchonete permanece. — Ele me interrompe antes que eu fale sobre a proposta absurda que me fez.

— Pode nos dar licença, só um minuto? — Pede para a tal Giovana, que sai nos deixando sozinhos.

— Christian, por favor, eu já tenho problemas demais, para ainda pensar no que me pediu mais cedo.

— Vou te fazer uma contra proposta, nada de filho, esquece tudo que foi dito, sei que se eu disser que pagarei o tratamento de Carla você na vai aceita. — Diz e eu concordo. — Mesmo assim vou pagar por tudo, tudo o que for necessário para o bem-estar dela.

— E o que eu preciso fazer?

— Nada, só continuar limpando a casa como já faz, vou abatendo na limpeza.

— Vou limpar a sua casa o resto da minha vida.

— Essa é a intenção Ana, o resto da vida. — Resmunga baixinho.

— O que disse?

— Que sou sua única opção.

— Sem barriga de aluguel?

— Sim.

— Sem bebê? — Pergunto e ele se mantém calado. — Christian?

— Já ouviu dizer que a palavra de um homem vale mais que sua assinatura?

— O que isso tem a ver, com nossa conversa?

— Nada, só não posso prometer o que não pretendo cumprir, mas prometo que o assunto barriga de aluguel, morre hoje.

— Sinceramente, não sei o que tudo isso significa, mas temos um acordo, serei eternamente grata a você por isso.

— Não quero sua gratidão Ana, agora entre e vá ver sua mãe, que vou resolver a questão do hospital.

— Obrigada! — Agradeço o abraçando.

— Tudo por você, Ana!

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