Capítulo 39

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PV. Christian

Saio andando sem olhar para trás, não sei o que pensar, minha vida toda foi uma mentira, foi uma farsa, eu simplesmente não sei o que pensar.

Entro pelos portões e Taylor me encara preocupado, passo por ele sem dizer nada, tenho medo do que estou sentindo agora, entro em casa ando de um lado para o outro e não consigo parar de pensar em tudo que foi falado, das revelações de Carla e o pior minha mãe não negar tudo que ela disse.

— Que merda. — Pego um vaso sobre a mesa e o lanço na parede o fazendo virar vários pedaços.

Ouço passos e logo Olga aparece na sala assustada.

— O que está acontecendo Christian?

— Me deixa. — Grito e ela se assusta, ela nunca deve ter me visto assim.

Tenta se aproximar e a olho com raiva a fazendo parar onde está, não demora Elliot passa pela porta, seu olhar é preocupado assim como o de Olga.

— Não. — Grito chorando de raiva e frustração. — Eu quero ficar sozinho.

— Christian, vamos conversar. — Elliot tenta, mas o corto.

— Eu só vou falar uma vez, eu quero ficar sozinho, não quero e não vou conversar com ninguém agora.

— Irmão, por favor. — Sinto sua voz embargada, Elliot sempre foi o mais carinhoso de todos nós, ele sempre foi o mais família e preocupado, não é à toa que se tornou médico, sei que o afastar vai deixá-lo ainda mais preocupado, mas eu realmente tenho medo do que eu possa falar ou fazer, não quero machucar ninguém principalmente meu irmão.

— Por favor, eu não quero falar nada que possa te magoar Elliot, só me deixa sozinho, eu preciso disso.

Me surpreendo quando me puxa para um abraço, o abraço dele sempre foi conforto e consolo para mim e Mia, mas hoje com tudo que estou sentindo esse gesto não tem o efeito que deveria.

— Eu vou, mas saiba que estou aqui por você, não se feche, não tire conclusões precipitadas, chora, grita, quebra tudo se for se sentir melhor, mas não se feche em seu mundo. — Dou um aceno de cabeça, é o máximo que consigo no momento. — Eu amo você cara independente da merda que for, você é meu irmão e eu te amo.

Elliot se vira e vai embora, Olga me olha e também sai subindo as escadas, sento no sofá tentando entender a mentira que foi a minha vida toda, será que Carrik alguma vez desconfiou? E agora, quem é meu pai?

Além de toda a confusão que minha vida já estava ainda tem mais essa, eu posso ou não ser filho do homem que sempre chamei de pai, não me recordo dele fazer diferença entre mim e meus irmãos, ou seja, talvez ele nem desconfia.

Me levanto do sofá determinado a ir na casa deles esclarecer toda essa merda, sei que não vou conseguir dormir, não enquanto isso pairar sobre mim, minha mãe terá que me esclarecer toda essa história.

Pego o que preciso quando sigo para a porta Ana passa por ela com o olhar desconfiado ao mesmo tempo que Olga desce as escadas com uma bolsa na mão.

— Vou ficar com Ricardo uns dias. — Diz passando por mim e Ana saindo de casa.

Analiso Anastácia que se mantém calada, só me observando, não sei o que dizer, e também não sei se a quero aqui, realmente tenho medo do que estou sentindo sobre as revelações de hoje e assim como fiz com Elliot não a quero aqui, posso acabar descontando minha frustração em quem não tem nada com meu problema.

— Ana...

— Aonde vai? — Pergunta vendo a chave do carro na minha mão.

Passo as mãos pelo cabelo nervoso, minha vontade é responder que não é da conta dela, mas Ana não tem culpa de nada.

— Na casa dos meus pais. — Me limito a responder.

— Não acho que seja uma boa ideia Christian, não quando se está nervoso deste jeito.

Bufo irritado, sei que ela tem razão, mas não quero deixar para depois.

— Sinceramente não acho que isso seja da sua...

— Não termine a frase, sei que está magoado e irritado com o que aconteceu, as vezes palavras doem mais que um tapa, por favor, eu só vim ficar com você, falar de coisas aleatórias, que não seja a sua ou a minha vida.

— Eu preciso resolver o que está acontecendo, antes de ficar louco.

— Você não vai sair daqui assim.

— Agradeço a preocupação, mas nada vai me fazer ficar aqui. — Digo para que ela entenda que não vou deixar para depois.

Me assusto quando o corpo dela cola no meu com uma velocidade que eu não esperava, Anastácia avança em minha boca, sem me dar tempo de pensar, não quero mais pensar na minha vida de merda.

Retribuo o beijo com a mesma intensidade, nos separamos por falta de ar, quando a olho, ela tem um lindo sorriso no rosto.

— Realmente está disposta a não me deixar sair Srta. Steele. — Digo fazendo carinho em seu rosto, me retribui com um sorriso lindo negando com a cabeça.

Volto meus lábios de encontro aos dela que cede passagem para minha língua, esse já não é intenso e sim um beijo de carinho e companheirismo, um beijo que passa segurança de ela estar comigo mesmo a minha vida sendo uma porcaria.

Levo minhas mãos para o seu cabelo a puxando para mais perto, e ela não se afasta, o beijo carinhoso se torna urgente, minha mão segue para sua cintura dando um leve aperto, ao contrário do que imagino, ela não me afasta, não penso em mais nada, a puxo para o meu colo, Ana entrelaça suas pernas em meu quadril, e em momento algum me para.

Desço beijos por seu pescoço, ela geme tombando a cabeça me dando livre acesso, sigo para o meu quarto com Ana ainda colada em mim, minha perdição vem quando ela repete o meu gesto dando uma leve mordida em meu pescoço, perco todo o controle, prendo seu corpo entre o meu e a parede, afasto meu rosto do seu para olhar em seus olhos.

Ana sorri para mim com carinho, um sorriso lindo que me conforta e me faz esquecer qualquer problema.

Colo nossas testas tentando controlar o desejo, não quero forçá-la e nem passar dos limites com ela, eu não posso perde-la.

— Ana... — Tento ser racional, mas está impossível com ela mordendo minha orelha. — Por favor, eu não quero passar por aquela porta. — Aponto para a porta do meu quarto. — Se for para você se arrepender ou te perder.

— Você não vai. — Diz agora olhando em meus olhos, Anastácia tem os olhos tão intensos quanto o meu desejo por ela.

— Tem certeza?

— Sim. — Diz com um lindo sorriso.

— Anastácia, eu não me responsabilizo...

— Se me deixar pensar vai me fazer desistir.

O Mundo Dentro de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora