O Mundo Dentro de Mim

Capítulo 62

Pv. Ana

Carrick realmente não voltou, por um lado isso é ótimo, mesmo estando trancadas, pelo menos ele não vem agredir Grace, estamos a dias nesse lugar, começo a não me sentir bem, estou fraca, meu corpo está estranho.

Estou deitada de olhos fechados, sinto um carinho no meu rosto, quando abro os olhos vejo Grace me olhando com carinho.

— Me perdoa por fazer você passar por tudo isso principalmente agora que sei que você queria estar agarradinha com sua mãe. — Meus olhos se enchem de lágrimas, não quero pensar em como ela possa estar.

— Não é culpa sua, vamos sair daqui logo. — Digo tentando pensar positivo, mas depois de tanto tempo, nem eu tenho mais certeza.

O homem que nos vigia trouxe o café da manhã e não consigo comer, as horas passam e ele traz o almoço, Grace me olha de uma forma estranha.

— Você precisa se alimentar.

— Não estou com fome, depois eu como.

Dois dias se passam, não aguento mais ficar nesse lugar, Carrick não aparece, não diz o que quer, não entendo o que está acontecendo, algo está errado em meio a tudo isso.

— Ana, come filha, estou preocupada com você, por favor tente comer só um pouco.

Sinto aflição em sua voz e decido comer, assim que coloco a comida na boca, meu estomago embrulha, corro para o banheiro e coloco o pouco que comi para fora.

Grace me olha e começa a rir, Deus tanto tempo nesse lugar está nos deixando loucas.

— Do que está rindo? — Pergunto me sentando ao seu lado.

— Por nada.

— Era só o que faltava sequestrada com uma idosa surtada. — Falo tentando descontrair a situação se não brincarmos vamos realmente enlouquecer nesse lugar.

— Quem é a mais velha aqui? — Pergunta e fico confusa.

— A Senhora.

— E o que você me deve? — Entendo onde quer chegar e entro na brincadeira.

— Minha mãe sempre me ensinou a respeitar os idosos. — Digo e estamos as duas rindo.

— Como se sente? — Pergunta e sei que está preocupada pelo mal que passei.

— Bem, não se preocupe comigo.

— Me perdoe a pergunta intima, mas por acaso você e Christian se preveniram?

Ela diz e só então paro para pensar no que ela quer dizer, começo a andar de um lado para o outro.

— Merda, merda, merda.

— Entendi que não. — Diz com um largo sorriso.

— E Senhora está rindo?

— Minha filha, e você quer que eu chore com uma notícia linda dessa?

— Meu Deus! — Digo com as mãos no rosto. — Não pode ser né, não eu não estou. — Automaticamente todas vezes voltam em minha mente e em nenhuma delas usamos nada. — Oh meu Deus, pode ser sim!

Grace começa a rir muito do meu desespero, se levanta de onde está e me abraça.

— Chora, grita faz o que quiser, mas se for o que estamos pensando você precisa se alimentar.

— Minha mãe vai me matar. — Digo séria.

— Não Ana, ela ficará radiante, e tenho certeza que vai fazer o possível e o impossível para ver o neto nascer. — Ela limpa meu rosto com carinho e um olhar maternal. — Agora mais do que nunca precisamos arrumar uma forma de sairmos daqui.

— A Senhora não está achando estranho todo esse sumiço de Carrick? Ele não aparece há dias.

— Sim, e é por isso que tenho esperança de que tudo vai se resolver logo.

— Como?

— Christian não é bobo Ana, e todos estavam alerta em relação a ele, principalmente depois que ele apareceu na cidade, ele deve estar sendo vigiado e se der um passo em falso, tenho certeza que Christian acaba com ele, e tudo que ele sempre prezou por se manter longe de colunas de fofoca vai acabar com o nome que ele tanto preza, resumindo, eles estão perto de nos encontrar, e eu preciso que vocês estejam bem e saudáveis para sairmos daqui e se você realmente estiver grávida, poder gerar meu ou minha netinha com tranquilidade.

— Oh meu Deus, Christian vai surtar.

— Vai mesmo, vai surtar por saber que vocês. — Diz colocando a mão em minha barriga. — Estão presos aqui.

— Você sabia que seu filho me fez uma proposta de barriga de aluguel? — Pergunto e ela nega. — Ele veio com essa proposta maluca, Olga disse que não podia ter filhos, acho que foi um dos motivos para o casamento deles terminar. — Grace nega.

— Não Ana, o casamento deles nunca começou.

Conto para ela tudo que aconteceu e como foi para nos conhecer, Grace ri das vezes que eu fugia de Christian, vez ou outras balança a cabeça negativamente, passamos um longo tempo conversando, ouvimos alguns barulhos do lado de fora, e a porta abrir.

Carrick passa por ela com um olhar mortal, pega Grace pelo braço e a joga em um canto da sala.

— Você vai assinar esses documentos agora.

— Tudo bem, Carrick, já entendi que você não vai me deixar em paz que você não vai me soltar, mas solte Anastácia, o que você ganha mantendo ela aqui?

— Não. — Digo rápido. — Grace não faz isso.

— Não Ana, eu sei que só saio daqui de uma forma, e ele também sabe disso, para quê empurrar esse sofrimento? Solte a menina e eu assino tudo que você quiser.

— Você acha que sou burro. — Ele dá um tapa no rosto dela. — Ninguém vai sair dessa merda, mas eu não vou carregar em minhas mãos o sangue dela, você que vai.

Ele entrega uma arma para Grace e aponta outra para a cabeça dela.

— Você vai matar a garota. — Grace chora assim como eu.

— Agora. — Ele levanta o braço dela apontando em minha direção.

Grace fecha os olhos e quando os abre, vejo que ela está calma.

— Me perdoa Ana. — Ela leva a arma até sua cabeça.

— Não, por favor, não faz isso. — Imploro chorando.

O olhar da minha sogra está diferente, ela não se abala com a situação se vira me dando as costas com a arma ainda apontada para sua cabeça, ela agora tem duas armas apontadas para ela.

— Atira Carrick, estou te dando a oportunidade de ter o gostinho de me matar.

— Você não vai se matar sua desgraçada. — Ele diz e o ódio em sua voz é quase palpável.

— Faz o que você sempre quis, acaba logo com isso, só te falo uma coisa, tenha certeza de que eu saia daqui, dentro de um saco preto, porque se eu sair daqui viva, você vai se arrepender o resto da sua vida.

Grace ficou louca desafiar esse homem assim, o que ela pensa que está fazendo?

Ele a desarma e começa a bater nela, e vou para cima dele, talvez nós duas juntas conseguimos, com uma facilidade enorme ele me joga no chão e minha cabeça bate com muita força, a última coisa que vejo é Grace gritar meu nome e o barulho de um tiro.