Capítulo 28

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PV. Anastácia

Chego a casa de Christian, sem saber ao certo o que vim fazer aqui, Taylor abre a porta do carro para mim, antes que eu consiga sair, ele está parado na porta, faço uma pequena análise.

Christian é um homem muito bonito, está vestindo uma calça social preta e um camisa branca, sem gravata e alguns botões abertos, desvio meu olhar quando percebo que me observa em minha pequena verificação.

— Boa noite! Anastácia.

— Boa noite! Sr. Grey. — Faz uma cara de desgosto, mas não me corrige, como sempre faz.

Me conduz para dentro da casa, olho a nossa volta, não encontro ninguém além de nós dois, a mesa está posta, quando me viro para encará-lo, Christian está muito perto, quase caio, me segura pelos braços.

— Agora podemos conversar? — Pergunta.

— Sim.

Caminha até o sofá e senta, me olha por um tempo, depois bate a mão no sofá ao seu lado, sento um pouco mais afastada, me olha em silêncio, solta um longo suspiro.

— Antes de qualquer coisa quero te explicar o que está acontecendo na minha vida, como tudo chegou até aqui.

— Porque teria que me explicar algo? Você não tem que me dar satisfação da sua vida.

— Esse é exatamente o ponto, Ana, eu não tenho, mas eu quero, você consegue entender?

— Não, não entendo, porque todos à nossa volta de uma hora para outra decidiram que nós precisávamos conversar. — Ele passa as mãos no rosto como se buscasse uma forma melhor para explicar, sinto que está ficando nervoso.

— Elliot buscava Kate incansavelmente, desde que a conheceu, todos os dias ele estava na minha sala, se lamentando por tê-la deixado sair sem pegar o telefone, enfim, todos os sentimentos que ele me contava ter por ela, não eram e nunca foram os que eu tinha ou tive por Olga, assim como ela também por mim, no dia do aniversário de casamento dos meus pais, minha mãe fez uma brincadeira, sobre ter netos, e Olga foi categórica em dizer que não teríamos, após isso, o que já não existia desabou, eu tentei salvar meu casamento, mesmo sabendo que não existia amor, porque me ensinaram Ana, que não se joga fora o que está quebrado, se conserta. Existe sim, um carinho entre nós, foram anos de relacionamento, existe respeito, amizade, reciprocidade no querer o bem do outro, mas não existe e nunca existiu amor, eu quero viver um amor, e Olga também merece viver um grande amor.

— Porque está me contando isso? Olga também conversou comigo hoje, sobre você.

— Porque eu quero te conhecer melhor Ana, você desperta sentimentos bons em mim.

Olho para ele por um tempo, isso só pode ser brincadeira, nunca imaginei que alguém como ele se interessaria em mim?

— Sinceramente não sei o que dizer ou pensar.

— Não pensa, vamos nos conhecer, não estou te pedindo em casamento, só para que possamos nos dar uma chance.

— Christian, não estou no momento de pensar em nada, sua vida é complicada e a minha nem se fala, não estou com cabeça para pensar em mim no momento, tudo que vem acontecendo, a doença da minha mãe...

— Esquece os outros, esquece tudo que está acontecendo na sua vida e na minha.

— Impossível esquecer.

— Tenta por favor, só tenta, e me responda, se a minha vida não fosse tão complicada e você não estivesse passando por tudo que vem acontecendo, você nos daria uma chance?

O encaro por um tempo, sem saber realmente o que dizer, negar que ele mexe comigo e com sentimentos que jamais imaginei existir seria muito hipócrita da minha parte, mas me envolver? Quem eu sou? Sou só a faxineira, como minha mãe sempre diz, porque ele me daria uma chance, na verdade, essa pergunta está errada.

— Essa pergunta está correta? Não seria se você me daria uma chance? Olha para você Christian, me diz onde eu me encaixaria no seu mundo?

Para minha surpresa, se levanta de onde está me estende a mão, me fazendo levantar, caminha de mãos dadas comigo até um enorme espelho que tem na sala, me vira ficando atrás de mim, sem me tocar, me encara sério através do espelho.

— Olha para nós dois neste espelho Ana, me diz o que há de diferente?

Franzo o cenho, pois não entendo o que quer dizer.

— Você é igual a mim Anastácia, olhando para nós dois, somos feitos da mesma matéria, porque você se julga inferior a mim? Onde está escrito que eu não poderia te conhecer e nos relacionarmos?

— Nossos mundos não se encaixam, eu não faço parte do seu, e você é casado.

— Não sou casado, eu fui casado o que é diferente.

— Eu sinceramente não sei o que você espera de mim, o que está acontecendo, porque chegou até aqui.

Mais uma vez ele pega minha mão, levando de volta ao sofá, mas agora estamos sentados muito perto um do outro.

— Ana eu gosto de você e quero te conhecer, só quero que você se dê uma chance de me conhecer. É estranho, minha vida virou de cabeça para baixo, Olga e eu nunca deveríamos ter casado, sempre fomos amigos.

— Por quê? — Pergunto.

— Como porquê, Ana?

— Sr. Grey, Christian, eu não sei o que pensar, você tem uma esposa linda, educada, porque isso? É uma crise no casamento, e aí quando perceberem o erro que estão cometendo quem vai sofrer sou eu, então peço que não me procure, resolva sua vida com sua esposa...

Antes que eu termine de falar a porta da casa é aberta em um rompante, Dona Grace passa pela porta, me fuzila com o olhar, a pergunta que ela faz, entra como uma faca em meu peito.

— O que a filha da faxineira faz aqui, Christian?

O Mundo Dentro de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora