Capítulo 49

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Pv. Ana

Abro a porta e dou de cara com Christian, ele parece abatido e um pouco nervoso.

Antes que qualquer um de nós diga alguma coisa, Mia diz.

— Se quiserem conversar aqui, podem ficar à vontade, tenho alguns pacientes para ver.

— Não acho que seja o momento nem o local. — Não estou pronta para conversar.

— Ana, por favor. — Ele passa as mãos no cabelo nervoso. — Só me escuta.

— Não.

— Eu sei o que está pensando, sei que está magoada comigo. — Levanto o dedo para que ele pare de falar.

— Christian, olha em volta. — Peço e ele faz. — Eu não estou pronta para esta conversa, não estamos em lugar propicio para que isso aconteça... — Assim como fiz ele repete meu gesto.

— Eu preciso falar, eu vou enlouquecer.

— Agora não é sobre você ou sobre mim, agora é o momento da minha mãe, não importa o que acontece na minha vida Christian, ela é a minha prioridade, o tempo que estou aqui, tentando resolver algo que pode esperar, ela está lá em cima em um quarto, por quanto tempo? Eu não sei, não quero deixa-la preocupada, você me entende?

— Sim, me desculpa, você tem razão, passei tanto tempo deixando que as pessoas me falassem o que tenho que fazer e quando fazer, que agora quero resolver tudo do meu jeito, mas você tem razão, Carla precisa de tranquilidade nesse momento.

— Não se desculpe, eu não tenho raiva de você, só preciso de um pouco mais de tempo.

— Tudo bem. — Diz de cabeça baixa, e isso de alguma forma me incomoda muito, estou entre o coração e a razão, porém eu preciso pensar na minha mãe.

Sem dizer mais nada se vira para ir embora.

— Christian? — O chamo e mais uma vez seu olhar triste me abala, respiro fundo. — Prometo que te ligo.

Apenas confirma com a cabeça e volta a fazer o caminho para fora do hospital, sigo até o quarto da minha mãe tentando não pensar muito, abro a porta e as duas cabeças se viram para mim, os olhares de surpresa, parecem buscar alguém atrás de mim.

— Tudo bem? — Pergunto confusa.

— Sim, onde está o Christian?

— Como?

— Cadê o Christian, Ana? — Minha mãe pergunta cruzando os braços.

— Foi embora.

— Vai atrás dele.

— Não vou não Senhora.

— Anastácia Steele, você vai conversar com ele, resolver tudo que precisam, esclarecer o que for necessário, pare de pensar e se preocupar comigo.

— Mãe...

— Não tem mãe.

— Lúcia.

— Ah não nem olha para mim, sua mãe mandou, você obedece. — Bufo frustrada.

Cruzo os braços feito uma criança mimada.

— Mãe. — Me olha com a sobrancelha erguida, sei que não vou vencer essa batalha. — Eu vou conversar com ele, assim que você sair do hospital, eu prometo, mas me entenda, por favor.

— Nem um dia a mais.

— Prometo.

Depois do momento minha vida ser deixado de lado, conto para Lúcia todos os nossos planos de passeios e coisas que quero fazer com minha mãe, ela gostou da ideia e quer participar destes momentos, fiquei ainda mais feliz, eu, minha mãe e a mulher por quem adquiri um carinho muito grande em uma longa jornada de aventuras para guardar na memória.

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