Capítulo 13

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PV. Anastácia

É difícil aceitar que a pessoa que você mais ama no mundo, que dedicou a vida a você e que sempre tentou fazer o bem para todos, possa estar com uma doença tão devastadora, o câncer não atinge somente a pessoa que está doente, e sim toda uma família. Sei que minha mãe está pensando em não fazer o tratamento, por acreditar que me deixaria desamparada financeiramente, mas eu não me importo, tudo o que quero é que ela se trate e fique bem.

Se for para moramos debaixo da ponte, que seja unidas, como sempre fomos. Mas vai colocar isso na cabeça de dona Carla, é quase como declarar uma guerra, mamãe sempre foi teimosa. No momento não vou forçá-la a nada, mas se eu perceber que ela realmente cogita a ideia de se entregar a essa doença, aí sim ela estará em maus lençóis.

Chego à casa de dona Grace para mais um dia de faxina, este é outro ponto, minhas férias da lanchonete acabaram e tive que abrir mão do meu trabalho lá, pois ganho mais com faxina, mamãe ainda está muito debilitada para voltar ao trabalho, combinei de trabalhar lá aos finais de semana para entrar um extra.

— Ana minha querida, como está sua mãe?

— Bem e teimosa como sempre. — Digo rindo. Sra. Grey não tem nada dessas madames nojentas que vemos por aí, é uma pessoa bem simples para a quantidade de dinheiro que tem.

— Que bom! Menina, se precisar de algo, não deixe de me falar, todos gostamos muito da sua mãe.

— Obrigada! — Respondo sem saber muito que dizer.

Pego todas as minhas coisas e sigo para começar o dia, começo sempre pelos banheiros que é onde perco mais tempo, mas estou começando a ter prática e estou bem mais rápida, só queria saber por que uma casa tão grande só para um casal, enfim, eu não tenho nada com isso.

Sinto como se estivesse sendo observada e meu corpo todo queimar, olho para a porta e tomo um susto quando vejo quem está parado lá, me observando, fico sem graça com a intensidade do olhar dele, é sempre assim quando estamos no mesmo lugar.

Ele é casado Anastácia!

— Precisa de algo Sr. Grey?

— Não sabia que estaria aqui.

— Hoje é dia de vir para a casa da sua mãe. — Continua me olhando com intensidade.

— Como está sua mãe? Tem alguma novidade sobre os exames?

Baixo minha cabeça, não querendo pensar na possibilidade da minha mãe recusar o tratamento, antes de responder meu celular toca, olho o identificador.

— Me desculpa, preciso atender.

— Fique à vontade.

Atendo a ligação do hospital.

— Alô?

— Anastácia Steele?

— Sim, quem gostaria?

— Aqui é Rogério do setor financeiro do hospital, Srta. Steele, foi solicitado à Sra. Carla Adams alguns exames, alguns deles o seguro de vocês, não cobre, gostaria de saber o que quer que façamos a respeito?

Desvio meu olhar de Christian que continua me analisando.

— E qual seria o valor?

— Um dos exames solicitados é o PET-CT o valor é cinco mil, e tem também outros que dá um total de dezoito mil. — Sinto minha cabeça rodar, começo a ficar zonza com o valor dos exames, de onde vou tirar dinheiro para pagar?

— Qual a forma de pagamento desses exames?

— Pode ser parcelado em duas vezes, então devo dar seguimento?

O Mundo Dentro de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora