Capítulo 48

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Pv. Christian

Taylor tem razão corro para dentro de casa parecendo um adolescente que vai encontrar a namoradinha às escondidas.

Chego ao meu quarto já arrancando toda a roupa jogando em qualquer canto, sigo para o banheiro, tomar um banho rápido.

Estou nervoso, quero logo esclarecer tudo com Ana, quero que ela entenda que nunca duvidei dela, só que na hora do nervosismo fiz a pergunta errada percebi quando Elliot veio conversar comigo, apesar de não querer falar com ninguém entendi o olhar magoado dela.

Saio do banho, visto a primeira roupa que encontro desço as escadas dou de cara com meus pais sentados no meu sofá, Taylor ao lado deles com uma cara nada boa.

— Vamos Taylor?

— Não está nos vendo aqui, Christian?

— Taylor? — Chamo meu segurança que continua parado encarando os dois que continuam sentados.

— Christian meu filho, vamos conversar, essa situação não está agradável para ninguém.

Só então faço uma pausa em meu caminho até a porta, volto até minha mãe sem nenhuma paciência.

— Qual a parte de que eu não os quero na minha casa, vocês não entenderam?

Viro as costas para sair de casa, mas uma mão me para.

— Você está muito petulante, e estou aqui para baixar esse seu topete seu moleque, quem pensa que é para falar conosco assim? — Carrick pergunta com raiva nos olhos.

— Para isso terá que passar por cima de mim. — Taylor se manifesta pela primeira vez.

— Quem pensa que é para se intrometer em um problema familiar?

— Para você pode não ser ninguém, mas para mim uma pessoa muito importante, então Sr. Grey, é assim que gosta de ser chamado, se sente poderoso com isso? Eu sugiro que solte o meu braço, ou não será só o meu nome rodando na mídia, mas o do Senhor também. — Digo tomado de uma coragem que nem eu mesmo sabia que tinha.

— Você deve muito a mim. — Responde nervoso.

— Devo? O que eu devo a você?

— Carrick, por favor? — Minha mãe tenta intervir.

— Não, eu já cansei dessa palhaçada.

— Cansou? — Sorrio com deboche. — De quê, de arruinar a vida dos seus filhos? Me diz, o que vocês querem de nós? Nunca seremos suficientes para vocês, mesmo nos esforçando ao máximo, acontece que agora nós crescemos e somos donos dos nossos narizes, e temos escolhas de como seguir nossas vidas, então aceitem ou sumam.

— Seu.. — Antes que eu tenha qualquer reação Carrick levanta a mão para me bater, mas uma mão o para, quando olho vejo que o olhar do meu segurança agora mudou para ódio.

— Se tocar nele, sairá daqui de uma dessas duas formas, ou no carro da polícia ou da funerária. — Diz entre os dentes, seus olhos estão fumegantes.

— Vamos Taylor, não temos mais nada para conversar aqui.

Sigo para o carro não sem antes ouvir a última ameaça, tentando absorver tudo que foi dito, mas

— Se quebrar nosso acordo, acabo com você. — Carrick diz e não sei com quem está falando ou sobre que tipo de acordo, mas agora não me importa.

Por muitos anos deixei minha vida de lado para seguir o que meus pais queriam, agora eu decidi dar um basta nisso, quero resolver os meus problemas para depois pensar no dos outros.

Ao entrar no carro Taylor me olha brevemente pelo retrovisor e suspira.

— Quero saber o que aconteceu lá dentro. — Digo firme.

— Tudo bem, mas tem que ser com calma.

— Ok, outra coisa, você descobriu quem enviou para mídia sobre Ana?

— Ainda estou investigando.

— Por favor, tente agilizar, a única coisa que tenho certeza é de que não foi ela, e não me importa quem foi, mas essa pessoa será exposta.

— Tudo bem.

Seguimos o restante do caminho até o hospital em silencio, conforme vamos nos aproximando do meu destino minhas pernas começam a balançar, ansiedade para vê-la, conversar e colocar tudo em seu devido lugar é grande.

— Você realmente gosta dela? — Meu segurança pergunta, o encaro por um tempo pelo retrovisor.

— O que sinto por Ana nunca senti por ninguém, é uma ansiedade para encontrar querer estar perto, ter notícias da pessoa o tempo todo, não sei como definir esse sentimento, é tudo muito novo para mim.

— Você vai descobrir o nome. — É tudo que diz.

Chegamos ao hospital, ele estaciona e seguimos até a recepção.

— Olá, vou visitar Carla Steele. — A recepcionista me olha por um tempo, pega meu documento, me entrega um adesivo de acompanhante e sigo até o quarto indicado.

Já no corredor, minhas mãos começam a tremer e suar, o frio na barriga se intensifica, Taylor me olha com um pequeno sorriso de canto, bato na porta, escuto um entre fraco, abro a porta encontro Carla deitada.

— Olá Carla, como está? — Faço uma pequena varredura pelo quarto e encontro Lúcia sentada perto dela.

— Bem menino e você.

— Bem também, oi Lúcia, como vai?

— Muito bem obrigada!

Ao perceberem a minha pequena confusão as duas senhoras sorriem.

— Ela não está aqui. — Carla diz.

Suspiro frustrado.

— Vim ver você. — Digo um pouco sem graça, por ter deixado transparecer o meu objetivo.

— Sei. — As duas começam a rir. — Christian já tivemos a idade de vocês e sabemos identificar quando algo forte está acontecendo, então aproveite que está aqui e vamos conversar.

Me sento ao lado de Lúcia que me olha com um sorriso tranquilo.

— Vou direto ao assunto, pois como pode perceber eu não tenho tempo a perder e nem para ficar brincando. — Carla diz muito séria. — Na primeira vez em que vi você perto de Ana, aqui neste mesmo hospital eu tive medo, do que poderia acontecer e do que estava por vir, eu sabia que vocês enfrentariam muita coisa, pedi para que ela se afastasse, mas vocês dois devem ter um imã os atraindo. — Diz me fazendo rir. — Não vou mentir para você, eu não queria essa aproximação e tenho medo ainda do que está por vir.

— Carla, eu assumi a minha vida, não vou mais deixar as pessoas tomarem decisões por mim, é por isso que estou aqui.

— Tudo bem, estou confiando em você a minha vida Christian, Ana é tudo que eu tenho, só tenho um pedido para você, não me faça passar o resto dos dias que ainda tenho vendo minha filha sofrer.

— Eu prometo.

— Ela saiu com Mia, se não estão aí fora, devem estar no consultório da sua irmã.

— Vou atrás dela.

Me levanto de onde estou, sigo até a porta, quando estou quase saindo, Lúcia me chama.

— Christian?

— Sim.

— Respeite o tempo dela. — Dou um aceno de cabeça confirmando o que me pede.

Saio do quarto direto para o consultório de Mia, mais uma vez a ansiedade volta com tudo, ao chegar até a porta, respiro fundo e quando penso em bater à porta se abre, e lá está ela.

— Ana.

O Mundo Dentro de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora