⟨ ≿ Capítulo 38 ≿ ⟩

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⇋P.O.V CAROLINE
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- Ah Itália, não acredito que voltamos pra cá - Falei com o olhar brilhante, acompanhado de um sorriso largo. Fazia muito tempo que eu e meu pai não vínhamos a Itália e eu não fazia ideia de que sentia tanta falta daqui até voltar agora. Papai decidiu vir pra Itália comigo porque eu estava péssima e ele percebeu isso, tentou conversar comigo várias e várias vezes pra saber o que estava acontecendo, mas eu obviamente não contei.

Eu não podia simplesmente olhar pra ele e falar; Eu tava namorando com a sua cunhada que é sete anos mais velha do que eu, uma desgraçada me beijou na minha festa e a Dayane viu e começou a achar que eu tinha traído ela porque a desgraçada me beijou na frente de todo mundo. A Dayane me bloqueou em tudo que é possível e a única forma que eu tive dorme aproximar dela foi começando a me envolver nas coisas da empresa, só pra descobrir logo em seguida que a Dayane tá com uma vadia chamada Jade, agora eu tô chorando e emagrecendo porque eu amo a Dayane e não consigo mais ter ânimo pra nada porque eu penso nela durante vinte e quatro horas por dia. ATÉ EM SONHO EU PENSO NELA!!!

Se eu contasse tudo isso meu pai possivelmente teria um infarto e se não tivesse, ele iria pedir para que matassem ele só pra ele fingir que a conversa aonde a princesinha dele admite basicamente que fode com alguém mais velha do que ela. Meu pai literalmente prefere morrer em uma guilhotina do que imaginar que a princesinha dele transa com alguém.

- Nós dois precisamos dessa viagem. Você precisa melhorar e eu preciso ficar um pouco fora do trabalho, princesa - Meu pai falou e eu concordei, logo em seguida eu deitei minha cabeça em seu ombro e comecei a receber carinhos seus nos meus fios ruivos. Nós estávamos dentro do carro, no banco de trás a caminho da casa da minha nonna Amélia, ela mora em uma parte mais afastada da cidade central e tem um terreno enorme.

Existem vários tipos de plantações de frutas no terreno da nonna Amélia e eu me lembro bem de ter três anos e estar correndo com Calil, meu primo, em direção a uma árvore de maçã verde. Calil fez 20 anos e é três anos mais velho do que eu, mas sempre agiu como se não tivéssemos essa diferença tão pequena de idade, mas sim uma diferença maior. Ele sempre me tratou como uma irmã mais nova, sempre me defendeu e cuidou de mim como ninguém e mesmo que ele seja um mulherengo hoje em dia, eu ainda o amo muito. Nós dois sempre conversamos por mensagens e ele vive dizendo que precisa de mim aqui na Itália pra tirá-lo da mesma rotina de sempre e a algum tempo atrás ele disse que eu iria adorar os Ragazzi *Meninos* e as Ragazze*Meninas* mas eu ainda estava com a Dayane quando ele disse isso e eu acabei contando a ele esse fato.

Ele ficou feliz por mim, disse que eu parecia estar feliz com ela e disse que iria esperar ansiosamente pelo dia em que eu a levasse a Itália para que ele a conhecesse. Eu já imaginava essa reação dele porque idade pro Calil sempre foi somente um número, ele sempre preferiu levar mais em conta o jeito da pessoa e a sensação que essa pessoa dá nele e eu sempre achei isso loucura até a Dayane chegar. Idade em relação a ela, pra mim, se tornou somente um número, eu me importo muito mais com a sensação de proteção que ela ainda me trás do que com a diferença de idade entre nós duas.

- Chegamos querida - Papai falou e eu logo me desviei dos meus pensamentos e saí do carro com certa rapidez. Assim que eu vi minha nonna na porta eu corri em sua direção e dei um abraço bem apertado nela, ação essa que tirou dela uma risada cativante e gostosa de se ouvir.

- Tesoro, non sapevo che ti mancassi così tanto *Querida, não sabia que tinha sentido tanto a minha falta* - Minha nonna falou enquanto me retribuía o abraço e eu ri com sua fala.

- Mi sono sentito nonna, non hai idea di quanto *Eu senti sim nonna, você não faz idéia do quanto* - Falei e então eu a soltei. Ela passou suas mãos pelo meu rosto e me olhou de um jeito um pouco estranho, me senti em uma delegacia na hora.

- Figlio mio, metti le tue cose e quelle di Caroline nella stanza. Io e il mio prezioso predra dobbiamo metterci al passo *Meu filho, coloque as suas coisas e as coisas de Caroline no quarto. Eu e a minha pedra preciosa precisamos colocar o papo em dia* - Meu pai assentiu sem questionar e começou a fazer o que minha nonna havia mandado, eu sabia que algo estava errado porque minha avô falou aquilo com um sorriso muito travesso no rosto e eu conheço esse sorriso, esse sorriso é o sorriso que eu uso pra convencer os outros a fazerem o que eu quiser, eu puxei bastante disso dela.

Minha nonna me puxou pela mão em direção as árvores de maçã verde e eu já sabia que ela estava desconfiando de algo e eu sabia que eu teria que contar tudo a ela, eu nunca soube mentir pra minha nonna e também nunca foi algo útil tentar esconder algo dela.

- Vamos, desembucha Caroline - Minha nonna começou a falar em inglês e eu arregalei os olhos. Ela nunca falava em inglês com a gente, só quando ia dar uns esporros ou então ter uma conversa séria.

- Desembuchar? sobre o que nonna? - Falei tentando ao máximo a convencer de que não tínhamos nada pra conversar e claramente não funcionou. Eu já disse que minha avô talvez seja bruxa?.

- Caroline eu sou sua avô, todo esse seu jeitinho veio de mim. Te conheço melhor do que você mesma, conheço essa sua carinha de quem está sofrendo por amor, conheço o seu sorriso traiçoeiro pra conseguir o que quer e conheço melhor ainda o seu rostinho angelical que engana até mesmo o teu pai - Ela falou com os braços cruzados pra mim e eu bufei me dando por vencida.

- Tudo bem nonna, a senhora está certa. Eu tô sofrendo mesmo, não tô bem e vim pra cá só pra tentar me distrair - Falei e então minha nonna desfez seus braços cruzados e relaxou a postura.

- Então vamos lá, o que aconteceu? - Ela perguntou e eu respirei fundo antes de contar tudo a ela. Literalmente tudo, desde o dia em que eu e a Dayane nos vimos pela primeira vez até agora.

- E eu não consigo mais me acalmar, vi ela pela última vez naquele jantar aonde acabamos ficando no banheiro e tudo aquilo só me fez ficar pior. Eu sei que se ela e a Jade terminarem toda a imprensa vai comentar sobre, a mídia vai ficar enlouquecida e de um jeito ou de outro essa informação vai se tornar pública, mas até agora não aconteceu nada. Não existe nenhuma notícia com o título "Casal perfeito se separa" - Falei e minha nonna respirou fundo e cruzou seus braços novamente.

- Miele *Querida*, acalme o coração. Ela precisa de tempo e você também, de um jeito ou de outro essa jade parece amar realmente a Dayane e a Dayane deve querer arrumar um jeito de terminar com ela sem causar frustrações ou coisa do tipo. Amar alguém que não te ama machuca, Miele, machuca muito e você deve ser compreensiva com isso. Tenha paciência e espere, se Dayane realmente te amar ela irá voltar pra você e tentará de todas as formas fazer de tudo para que vocês fiquem juntas, mas se ela não te amar como deveria simplesmente passe pela dor. Tudo é um processo e entender que nem sempre as coisas funcionam do jeito que nós queremos é algo fundamental e é o primeiro passo para se dar um tempo - Minha nonna falou isso e eu respirei fundo e assenti. Eu sabia que ela estava certa, na verdade ela sempre esteve certa em qualquer coisa relacionada a mim as vezes sou eu quem decide tampar os olhos pra isso.

- Tudo bem nonna, muito obrigada por me entender e me ajudar - Falei e a abracei, ela sorriu e retribuiu o abraço.

- Non devi ringraziarmi, mia cara. Sono tuo nonna e sarò sempre qui per questo, aiutarti e consigliarti. Adesso andiamo a mangiare qualcosa, devi essere stanco del viaggio e le tue occhiaie mi dicono che devi andare a dormire *Não precisa me agradecer, minha preciosa. Eu sou sua avô e estarei aqui sempre para isso, te ajudar e te aconselhar. Agora vamos entrar pra comer algo, você deve estar cansada da viagem e suas olheiras me dizem que você precisa ir dormir*

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