⟨ ≿ Capítulo 16 ≿ ⟩

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⇋P.O.V CAROLINE
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Eu acordei por volta das 8:00hrs da manhã e quando acordei Dayane já não estava mais do meu lado e sim na cozinha, soube disso assim que senti o cheiro forte de café preto entrando no quarto e ficando no ambiente. Antes de me dirigir a cozinha eu fiz minhas higienes e peguei uma roupa de Dayane, ela não iria se incomodar de novo em me ver indo embora com suas roupas, certo?.

- Bom dia - Falei enquanto coçava os meus olhos e massageava levemente meu rosto ainda inchado, logo me sentei na cadeira do balcão e Dayane mesmo estando do outro lado se prontificou em se esticar um pouco e me beijar, eu conseguia sentir o cheiro de menta misturado com café em sua boca e conseguia sentir o gosto, e aquilo era uma delícia. Dayane era uma delícia.

- Bom dia, Caroline - Ela falou com uma voz rouca e de um jeito incrivelmente lento. Assim que ouvi o 'Caroline sair de seus lábios da forma que saiu eu senti um arrepio percorrer minha nuca. Maldita. Ela havia falado aquilo de um jeito sensual de propósito e dava pra ver isso pela sua face.

Eu peguei uma xícara de café que ela mesma me ofereceu e me sentei com ela na sala, estávamos em silêncio e só dava pra se ouvir o som da televisão, mas não estávamos em um silêncio desconfortável. Parecia que ela estava me conhecendo só por aquele momento de calma e aquilo era estranho, me causava uma sensação estranha.

- Day eu preciso ir embora hoje - Falei e ela logo me olhou tentando achar um porquê. Eu sabia que eu deveria ficar com ela aos finais de semana, mas hoje eu tinha um compromisso com a Thaylise e sabia que se eu não fosse ela iria me matar, também sabia que se eu não fosse ao meu compromisso me sentiria mal, pois seria uma enorme falta de consideração com pessoas que realmente me amam muito -  Hoje é aniversário dos pais de Thaylise e eles me querem lá, não posso faltar, sou como uma segunda filha pra eles - Falei com um biquinho e ela sem avisos me beijou, beijou lentamente e ainda sim de forma quente e eu retribuí do mesmo jeito. Pensava se em algum momento haveria alguma forma de Dayane me beijar e eu não retribuir logo de cara, mas na minha cabeça isso era impossível, essa possibilidade era inexistente e não cabia na minha realidade atual.

- Tá tudo bem, eu levo você pra sua casa pra você se arrumar e ir pra festa deles. Você vai estar aqui no próximo final de semana, não é? - Ela perguntou séria e eu assenti. Claro que eu estaria e se ela me queria tanto por aqui eu não iria recusar sua vontade.

- Claro.

(...)

Assim que Dayane me deixou na minha porta ela me deu um beijo e me perguntou se eu queria que ela entrasse também e eu disse que ela não precisava fazer isso, mas ela se prontificou a fazer e também disse que precisava resolver algumas coisas com meu pai. Logo que eu saí do carro ela deu partida e foi em direção a garagem da minha casa pra deixar seu carro estacionado e eu fui em direção a porta da minha casa, eu claramente tinha a chave então só entrei e vi a cena que fez meu dia se tornar horrível.

Quando entrei em casa eu logo ouvi uma melodia vir da sala da minha mãe e senti meu coração disparar e logo vir uma dúvida na minha mente: Por que tem música vindo da sala dela se eu não toco mais e meu pai não sabe tocar?. Quando pensei nisso automaticamente eu pensei que deveria ser um funcionário novo e totalmente desinformado sobre aquela sala, só de imaginar isso senti meu sangue ferver. Todos os funcionários daqui sabem que não é pra entrar naquela sala, todo mundo sabe que só eu posso entrar lá, eu nem mesmo deixo limparem aquele lugar, sou eu que sempre entro lá e limpo tudo só pra ter certeza que vai tudo continuar do mesmo jeitinho que só eu e a minha mãe conseguíamos deixar.

Eu fui andando até a sala da minha mãe com fogo nos olhos, já pronta pra demitir quem quer que estivesse alí tocando no piano dela, mas eu logo em seguida me arrependi de ter ao menos voltado pra casa. Fernanda estava sentada em frente ao piano da minha mãe e meu pai estava ao seu lado, ela tocava sem se importar com o que acontecia ao seu redor e meu pai olhava pra ela de um jeito apaixonado. Eu paralisei assim que vi aquilo, deixei minhas chaves caírem e senti as lágrimas começarem a descer e logo meu pai me olhou assustado e a Fernanda também. Eu comecei a me sentir desesperada, sentia minha visão ficar turva e minha respiração em poucos segundos havia ficado descontrolada enquanto tudo isso se misturava com a sensação horrível de chorar por sentir algo doendo e sentir doer mais ainda a cada lágrima que descia..Como ele pôde deixar ela fazer isso? Por que ela estava no piano da minha mãe? Por que?..Por quê?

- Q-Querida - Meu pai me chamou e eu nem ao menos o olhei. Eu simplesmente saí correndo, eu não fazia ideia do caminho que eu estava seguindo, não tinha idéia do que fazer. Eu só sei que eu corri muito. Eu ouvi meu nome ser chamado por alguém assim que passei pela porta de casa, mas não olhei pra saber quem era e não iria fazer isso nem se eu quisesse.

Quando eu simplesmente senti meu corpo parar e abri meus olhos eu vi aonde eu estava e de novo eu estava no cemitério, enfrente ao túmulo da minha mãe. Chorando e escorada sob seu túmulo eu só não entendia o porquê daquilo, meu pai sabe o que aquele piano significa, ele sabe o quanto aquele piano é importante e sabe que aquele piano pertence somente a minha mãe..Por que ele deixou ela tocar nele? Por que deixar ela tocar em algo tão importante?

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