⟨ ≿ Capítulo 3 ≿ ⟩

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⇋P.O.V DAYANE
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Era noite e eu estava em um restaurante italiano com meus pais, minha irmã e meu irmão. Fernanda e Vitor. O restaurante era extremamente caro, mas vale a pena pagar basicamente uma fortuna pra jantar aqui, estávamos em uma mesa privada que foi reservada com antecedência por meu pai e recebendo um atendimento ótimo. Estávamos esperando pela chegada de Isaías Biazin para que finalmente os papéis de contrato fossem assinados. Só faz algumas semanas que eu me mudei pra Miami, mas já me acostumei novamente com o ritmo das coisas aqui e entendi perfeitamente como devo agir na minha filial.

No jantar que tive com meus pais eles disseram que estavam em dúvida sobre a parceria que Isaías estava propondo e eu entendi a dúvida que eles tiveram, mas ainda achei que era algo que valia a pena. Parceria entre empresas e filiais é algo extremamente delicado, as duas empresas precisam estar em suas melhoras condições para querer propor algo desta forma e eu tive que me atentar muito a todos os detalhes da empresa Biazin para ter certeza do que eles estavam almejando com essa parceria, sem esquecer que parcerias desse tipo também é uma troca de interesses. Os Biazin se interessam na nossa publicidade, nós estamos interessados nos gráficos dos Biazin.

- Tem certeza que essa parceria é algo benéfico, querida? Não acha que está cedo demais para isso? Ou que talvez eles não estejam em condições a altura pra tal coisa?  - Minha mãe perguntou de forma apreensiva e eu assenti.

- Claro que sim. Vamos refazer laços com o Biazin e isso vai ser ótimo, não só para a nossa empresa mas para a empresa dele também. Eu li e li várias vezes o contrato que ele propôs e não existe nenhum tipo de fraude ou algo extremo nele, são causas e pedidos justos e pequenos então não se preocupe - Falei e vi minha mãe se tranquilizar. Meu pai, que estava sentado ao seu lado, colocou sua mão em cima da minha e acariciou a mesma enquanto sorria gentilmente pra mim.

- Confiamos em você filha, você é uma Lima e sabe muito bem o que faz - Eu senti meus olhos brilharem com tais elogios vindo do meu pai e o agradeci. Eu e meu pai nunca fomos realmente próximos e não é porque eu fui uma adolescente rebelde que abominava o amor dos pais, nunca cheguei nem perto de ser assim. Era mais porque ele estava sempre trabalhando e era raro eu ter ao menos uma ligação sua, ao contrário da minha mãe que sempre que podia ia pra Itália me ver e me fazer uma surpresa.

- Olá, boa noite - Fui tirada de meus devaneios ao ouvir a voz grossa e ainda sim calma de um homem. Olhei pra frente e vi Isaías Biazin sentado na minha frente e ao lado da minha irmã, Fernanda.

Todos nós respondemos a Isaías e então o garçom veio e nos trouxe o cardápio. Depois de fazermos nossos pedidos começamos a conversar sobre o contrato, planos de marketing e etc. Aquela noite foi algo extremamente exaustivo por ter somente uma pauta para ser resolvida e conversada, mas eu me mantive focada em tudo que era dito durante todo jantar. Meus pais e Isaías já se conheciam e podem facilmente ser considerados amigos de longa data, mas com os anos eles se afastaram e agora por conta da parceria de contratos estão revivendo histórias e laços durante o jantar, o que pra mim é ótimo pra tirar um pouco o foco do trabalho.

Percebi alguns olhares mais atenciosos e mais interessados do que deveriam vindo de Isaías e Fernanda. Em certa parte do jantar Fernanda tocou suavemente a mão de Isaías e eu sabia bem o que aquilo significava, ela sempre foi sútil, reservada e muito educada. Esse era um charme natural da Fernanda e era algo que encantava todos os homens ao seu redor e agora ela estava sendo exatamente dessa forma com Isaías que, inclusive não parecia fazer a menor força para não cair nos encantos da minha irmã mais velha.

- E então Isaías, onde a Carol está? - Minha mãe perguntou de forma descontraída, logo atraindo a atenção de Isaías para ela.

- Ela deve ter ido dormir na casa da amiga dela. Ela tem dito que quer aproveitar seus últimos dias de férias e eu deixo, sei que a minha garota é responsável e sei que não preciso me preocupar - Ele falou de forma orgulhosa e animada. Eu sempre soube que Isaías tem uma filha e sempre soube que ele é apaixonado por ela e faz tudo o que ela quer, só não tive a oportunidade de conhecer a garota e também não quero ter. Imagino eu que ela é extremamente mimada no auge dos seus 17 anos e que vai a festas enquanto o pai acha que ela é uma freira.

- Isso é tão bom. Ela parece ser um amor, vou querer ter a honra de conhecer a herdeira Biazin - Fernanda falou enquanto passava suavemente sua mão pelo ombro de Isaías e eu segurei a minha vontade de revirar os olhos.

Ao contrário da Fernanda, eu e o Vítor somos mais diretos e menos sútil. Temos um pacote completo de olhares, sorrisos maliciosos e fracos, olhos intensos, pegada forte e uma falta enorme de vergonha na cara que as vezes realmente nos falta. Então ver o jeito que a Fernanda lida com os homens e ver que eles são idiotas a ponto de cair nos encantos dela acaba me deixando extremamente exausta, igualmente ao Vitor.

- Bom, eu acho que já temos o suficiente para confirmar a parceria e finalmente assinar os papéis. Isaías, o contrato - Vitor falou e eu quase soltei fogos por ele finalmente ter uma desculpa pra acabar com aquele jantar. Isaías colocou o contrato na mesa e logo meu pai, eu e Vitor o assinamos. Pedimos a conta do jantar e antes de irmos embora eu e Isaías tivemos um breve aperto de mãos e eu finalmente fui pra minha casa pra tomar um banho e dormir.

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