⟨ ≿ Capítulo 41 ≿ ⟩

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⇋P.O.V DAYANE
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Eu não fazia a menor idéia do que ela falaria ou faria quando acabasse me vendo na sua frente e do mesmo jeito eu acordei às 7:00hrs da manhã pra arrumar as minhas malas e ir ao aeroporto com a Fernanda. O nosso vôo saiu às 9:00hrs em ponto e nós passamos sete horas dentro de um avião, Fernanda dormiu bastante pra tentar evitar o nervosismo e eu trabalhei pra tentar evitar a minha ansiedade. Durante as horas eu tentei evitar, mas só conseguia pensar em como eu poderia mudar nossa situação, eu tinha sido horrível com ela, tinha gritado em sua face coisas que eu não deveria ter gritado, desejei de todas as formas que ela pagasse pelo o que tinha feito comigo sem ao menos perguntar se ela tinha mesmo feito algo.

Eu não tinha um plano em mente, mesmo que tivesse vontade de tê-la não conseguia pensar em uma forma que pudesse me confirmar que ela voltaria, eu não fazia e não conseguia fazer a menor idéia do que Caroline falaria ou faria ao me ver e nem imaginava uma mínima reação sua, nossa conversa da noite anterior não me mostrou nada do que eu esperava ou deveria esperar, só me deu um pouco da Caroline meio rebelde de sempre e dela eu não tinha uma resposta concreta, muito menos previsível, ela viu o que eu mandei, mas não me respondeu, talvez essa fosse a prova que ela já estava disposta a me esquecer, ou talvez já tivesse esquecido.

Assim que eu e Fernanda chegamos a Itália pegamos um táxi e fomos em direção a casa da nonna de Caroline, era uma sensação estranha estar indo pra casa de alguém tão próximo a ela já que eu já ouvi várias histórias da infância de Caroline aqui na Itália. É uma sensação estranha em uma intensidade maior acabar voltando pra cá e pensar em tudo o que aconteceu em meses, eu me mudei pra Miami, eu comecei a ter um tipo de romance as escondidas com uma garota sete anos mais nova do que eu e agora eu estou na Itália de novo, não porque senti falta da cidade ou porque senti falta das memórias que eu tenho por aqui, mas sim porque eu amo a garota sete anos mais nova do que eu e porque eu a quero de volta.

- No que tá pensando, Dayane? - Fernanda perguntou me chamando a atenção e eu logo a olhei e acenei negativamente.

- Em nada - Falei de forma neutra e recebi seu olhar desconfiado na mesma hora. Fernanda parecia querer me contar algo e suspirou antes de voltar a falar.

- Dayane eu não queria falar nada porque esperava que você fosse ser sincera comigo porque sou sua irmã e esperava que você acabasse sendo sincera consigo mesma, mas não foi isso o que aconteceu, então eu preciso ir pra última opção. Com quem tá ficando? Você tá apaixonada e não adianta dizer que eu tô louca porque eu sei que eu não tô, eu te conheço o suficiente pra ter certeza de que alguma mulher conseguiu mexer com você e sei que tem algo de errado pra você não ter me contado nada até agora, então me conta. Eu tô te dando essa oportunidade - Fernanda falou de um jeito um pouco desesperado, como quem tentasse não dar tréguas pra interrupções e eu tentei não parecer nervosa com sua fala. Eu sabia que mentir pra Fernanda era uma opção inexistente porque nunca funcionária e sabia que eu não poderia expôr tudo entre mim e a Caroline, não no momento, ainda era cedo pra que alguém soubesse de tudo tão abertamente.

- Fernanda, não vou mentir pra você e dizer que você tá louca por dizer que eu tô saindo com alguém. Eu realmente estou. Estou me envolvendo com alguém, estou completamente apaixonada pela primeira vez e sei que você vai querer saber quem é, mas ainda não é hora pra isso então eu espero que você me respeite e simplesmente tente se saciar com essa informação; Sim eu estou com alguém e isso é tudo que você precisa saber até o momento atual - Falei da forma mais calma que conseguia e Fernanda assentiu com um sorriso largo no rosto e não me questionou mais, passamos o resto do caminho em silêncio e depois de alguns minutos nós chegamos a casa da nonna de Caroline.

Eu senti um frio na barriga assim que percebi exatamente o que tava acontecendo e o que eu estava fazendo e por pequenos segundos eu me senti gelar. Se a Caroline não me quisesse mais ou já tivesse arrumado alguém por aqui eu realmente não ia saber o que fazer e só de existir essa possibilidade, eu me sintia um pouco assustada.

Avistei Isaías com uma mulher que aparentava ter por volta dos cinquenta e oito anos e assim que ele olhou na nossa direção, ele correu em direção a Fernanda. Os dois se abraçaram e a senhora se aproximou com uma expressão um tanto curiosa.

- Você deve ser Fernanda, certo? A mulher que cativou o coração do meu filho - A mulher falou e Fernanda corou antes de assentir, as duas deram um aperto de mãos e a mãe de Isaías olhou pra mim.

- E você, querida? Ouvi Isaías me dizer que Fernanda viria, mas não falaram nada pra mim sobre acompanhantes - Ela falou isso com um sorriso fino e completamente sofisticado no rosto. Sinceramente, se fosse pra dizer que essa mulher parece alguém, eu diria que ela parece com Evelyn Hugo, uma personagem de um livro, personagem essa que nem existe. A mulher tem cinquenta e oito anos, mas parece ter 40, seus cabelos são lisos, sua pele é bem branca, suas roupas são de marcas caras e sua fala é calma e sofisticada.

- Eu sou Dayane Lima, irmã de Fernanda.. Peço desculpas pela falta de atenção da minha irmã por não avisar que eu víria junto a ela - Falei e a senhora pareceu se iluminar por saber quem eu sou e então acenou negativamente a cabeça, como quem tentasse tirar algo da cabeça.

- Não se preocupe, tenho espaço de sobra na minha casa e vou ficar feliz em ter as duas Limas na minha casa, especialmente você Dayane. Inclusive, prazer, me chamo Amélia - Fernanda sorriu para a Amélia e eu só consegui pensar na forma em que ela falou sobre mim. Ela parecia saber de algo que eu mesma não sabia e isso era realmente estranho.

Segundos depois eu e Fernanda estávamos com nossas malas em nossos respectivos quartos porque Amélia insistiu para que nós duas tirássemos a idéia do hotel pra ficar em sua casa, mesmo que nós duas tenhamos dito várias e várias vezes que poderíamos ficar em algum hotel mais perto da cidade para que não causasse incômodos a ela. Amélia não parecia ser do tipo que gosta da casa vazia, muito pelo contrário e por isso insistiu tanto para que a gente ficasse.

Quando entramos eu não vi Caroline e Amélia pareceu ter percebido minha inquietação, até mesmo os meus olhos agitados a procura de um corpo de estatura baixa e cabelos ruivos e de forma bem disfarçada sussurrou para que somente eu ouvisse "Caroline está no quarto dela, que inclusive, fica ao lado do seu" quase tive um ataque cardíaco quando ela falou isso porque ela realmente parecia saber de algo, mas não quis entregar meu susto ou algo do tipo. Simplesmente fiz uma cara de quem não tinha entendido o porquê daquilo e segui em direção ao meu quarto pra tomar um banho.

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