Capítulo 38

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CAIO

Estou assistindo a um filme de ação quando escuto a compainha tocar.

Quem pode ser?

Levanto-me apenas para ver quem é, logo encontro uma figura conhecida.

— Posso falar com você? — Laura pergunta.

Dou um pequeno sorriso ao encará-la. Todo momento agora que eu passo com Laura é único e especial, porque quanda a vi no chão ensanguentado... Eu soube, que não devo mais perder nenhum segundo ao lado dela. Porque a vida é muito curta e temos que aproveitar cada momento com as pessoas que amamos. Antes que seja tarde demais. Aprendi isso da pior forma possível.

— Claro — Digo com um sorriso.

Laura diz que está aqui para visitar minha irmã, mas ela está trabalhando.

No fundo, acho que ela não venho apenas por isso.

— Pode ser no meu quarto? — Pergunto em um tom neutro.

Laura arregala levemente os olhos. Mas não se opôs, apenas engole em seco antes de me seguir pelo corredor rumo ao meu quarto.

Poucas pessoas têm esse privilégio de entrar no meu quarto. Até mesmo minha irmã não costuma vir aqui com frequência. Meu quarto geralmente é organizado, diferente do dela. Possui albuns de meus cantores preferidos — The Neighbourhood e Arctic Monkeis  — espalhados por todos os cantos, vídeo game e um frigobar.

Abro a porta com Laura atrás de mim, encostando a mesma quando adentramos o lugar simples, mas bem decorado. O lugar é quase totalmente azul escuro. Passo a maioria das horas apenas aqui.

— Sobre o quê quer conversar? — Agora estou me sentindo nervoso. Como se só a presença dela aqui em meu quarto agita algo dentro de mim.

— Bem... Eu... — Laura alisa o vestido florido. Parece nervosa.

Ela se encosta no guarda roupa. Suas feições pensativas, como se estivesse tomando coragem. Me aproximo de onde ela está, ficando apenas alguns centímetros de distância. Finjo que vou pegar alguma coisa dentro do guarda roupa, apenas para ficar próximo dela. Laura me encara com olhos arregalados. Dou um pequeno sorriso, não conseguindo desviar minha atenção.

Ergo minha mão, apenas para ajeitar uma mecha enrolada de seu cabelo. Me aproximo mais, a ponto de sentir seu hálito de morango quente roçar meu rosto.

Coloco as roupas que estão no chão de volta no guarda roupa. Laura percebe o motivo de eu ter me aproximado e se afasta. Mas eu a impeço segurando seu punho.

— Me diga — Murmuro, a poucos centímetros do seu rosto — O que me dizer?

Ela engole em seco conforme desvia o olhar.

— Eu escutei o que disse no hospital. Sobre gostar de mim desde o fundamental. Isso... É verdade?

Sinto que minha boca se anteabre e meus olhos se arregalam de surpresa.

Como ela sabe?

Meu coração bate rápido dentro do peito e sinto minha boca ficar seca. Laura me encara com cautela, e entrelaça as mãos no corpo. Seu vestido florido levanta um pouco. Tento, mas não consigo desviar meus olhos de sua perna morena.

Se controla...

— Mesmo em coma eu consegui escutar tudo.

Volto meu olhar para aqueles lindos olhos verdes. Com minha boca seca, engulo em seco. Tento desviar os pensamentos obscenos da minha cabeça.

— Sério? — Pergunto meio perplexo ao levar as mãos ao cabelo

Não sei se fico constrangido, envergonhado, ou feliz. Tudo o que eu sempre quis era me confessar para Laura, mas nunca tinha coragem. E agora que ela sabe...

Laura assente que sim com a cabeça. E, delicadamente traço movimentos circulares na sua mão, um movimento distraído que nem mesmo me dou conta. Me aproximo mais. Nossos olhos se encontram com profundidade e com uma faísca de desejo.

Esse é o efeito que Laura causa em mim... Ela faz eu me esquecer de tudo, faz com que as horas passem em minutos. É como um antídoto. E eu estou viciado.

— Eu sinto o mesmo — Laura diz por fim. Sua voz é um turbilhão de sentimentos.

— Você sente o mesmo por mim? — Pergunto, incrédulo.

Devo estar sonhando.

Ela assente ainda me encarando com olhos verdes profundos. Sem aviso, me aproximo mais dela. Estou tão perto que consigo escutar sua respiração acelerada. Estar tão perto assim, tanto que posso até beijá-la...

Porra. Como eu quero fazer isso.

Alterno entre olhar seus olhos e sua boca. Ficamos nos encarando com intensidade por longos minutos. Mas eu não aguento mais.

Eu quero isso. É tudo o que eu sempre quis.

— Posso te beijar ? — Sussurro a poucos centímetros do seu rosto.

Depois de alguns instantes apenas me encarando, Laura, parece notar o que eu disse. Ela engole em seco e assente com a cabeça.

— Pode.

Em um único movimento, colo nossos lábios em um beijo calmo. Suspiro de alívio à medida que sinto ela abrir passagem para minha língua passar. Sua boca está quente conforme movemos nossa língua em um ritmo perfeito. Seguro-a mais forte, não querendo soltá-la.

Não quero que esse momento acabe.

Grunho e seguro sua nuca. Meu coração troveja dentro do peito enquanto aprofundamos o beijo. Passo delicadamente as mãos pelo seu cabelo, pescoço e costa.

Laura solta um suspiro — terrivelmente sexy — e se firma mais em mim. Ficamos assim, até que me afasto para recuperar o fôlego. Nossas respirações entrecortadas. Nós estamos descabelados. Sorrio diante da cena.

Ela parece pensar o mesmo enquanto seus lábios se curvam em um sorriso tímido, suas bochechas corando no processo, enquanto passa a mão pelo florido. Parece estar sem palavras, também estou assim. Encaro-a não conseguindo desviar a atenção dos seus olhos brilhantes de desejo. Em meu rosto há um pequeno sorriso.

Eu só consigo pensar em uma única coisa:

Eu quero beijá-la novamente.

Eu quero beijá-la novamente

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