Capítulo 57

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AURORA

— Eu e seu irmão estamos namorando.

Viro meu rosto para encarar quem disse aquilo. Laura está com um sorriso grande nos lábios, seus olhos verdes estão brilhantes, e os cabelos despencam pela cintura em cachos amarronzados.

— Sério?! — Minha boca se entreabre de surpresa. Me aproximo de Laura o suficiente para abraçá-la. — Você tem que me falar sobre todos os detalhes! — Dou um abraço apertado nela enquanto profiro as palavras.

— Foi perfeito! — Ela dá um suspiro extasiado e me lança um sorriso vibrante. — O encontro, o pedido e por fim o beijo. Foi tudo muito lindo.

Finalmente os dois resolveram oficializar a relação, Laura e Caio nasceram um para o outro e são apaixonados desde sempre. Ver minha melhor amiga e meu irmão juntos e felizes faz meu coração ficar quentinho. Eles merecem isso. Sempre quis que eles ficassem juntos, de alguma forma ou de outra.

— Eu estava pensando... — Laura começa — Como somos melhores amigas, achei que será legal se fizéssemos um encontro duplo.

— Um encontro duplo? — Questiono.

— Sim, nada muito grande. Algo apenas para nós.

— Como vamos fazer isso?

— Um filme na sua casa, que tal?

Lembro-me de quando ainda estava conhecendo Laura, quando ela foi na minha casa e assistimos ao filme "As branquelas", o modo como rimos e como Laura pareceu comer toda a comida. Nunca vou me esquecer do modo como me senti. Da maneira como, a menina de olhos esverdeados, sempre me faz sorrir.

— Tudo bem — Aceito a proposta com um sorriso sincero — Por que não, né? Temos que nos permitir. No tentanto, já vou logo avisando, você leva a comida.

— Dessa vez vou levar o dobro de comida.

— O dobro? Você e Caio são dois gulosos. Aconselho que leve o triplo.

— Já que você tá reclamando tanto, não vou te dar sequer um doce.

Faço uma cara de decepção e raiva, como se ela tivesse me esfaqueado nas costas.

— Laurinha, que malvada!

— Aprendi com quem?

Dou um revirar de olhos de modo brincalhão e sinto que meus lábios se repuxam em um sorriso. Levo as mãos à cintura, indignada, mas, de certo modo, feliz.

— Comigo é que não foi.

Ainda estou caminhando pelos longos corredores a procura do lindo menino de olhos negros

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Ainda estou caminhando pelos longos corredores a procura do lindo menino de olhos negros. Passo pela área dos armários escolares. Sinto alguém me prender contra a parede, quase dou um grito de susto.

Patrick leva as mãos a minha boca a fim de suprimir meu grito. Encaro-o profundamente, com meu coraço se retumbando dentro do peito.

— Você quase me matou do coração! — Digo sem fôlego, ao apoiar as mãos em seus ombros.

Patrick está com sua veste casual preta, o cabelo levemente bagunçado, os olhos negros concentrados em mim, estão suavizados. Ele se aproxima mais, ficando apenas alguns centímetros de distância. Menta me preenche e respiro o ar para manter por mais tempo em meus pulmões.

— Você está linda — Ele sussurra contra minha orelha. Me encara com carinho e delicadamente passa a mão pelo meu cabelo.

— Eu estou como sempre estou. — Aponto para meu moletom preferido e minha calça jeans.

— Então, linda.

Dou um revirar de olhos retribuindo seu sorriso.

— Você está me deixando sem graçar. — Murmuro abaixando o olhar. Sinto minhas bochechas esquentando de vergonha.

Patrick se aproxima mais.

— Eu adoro te deixar sem graça. — Ele sussurra próximo de meu ouvido — Adoro ainda mais ver esse seu sorriso. — Ele se aproxima mais perto, e beija minhas bochechas — Adoro tudo em você.

Meu sorriso se alarga mais depois dessa afirmação. Por um segundo, esqueço o que vou dizer, mas logo recordo.

Tusso, tentando me concentrar.

— Que tal fazermos algo hoje a noite na minha casa?

— Seu pedido é uma ordem, Milady. — Patrick diz de modo sensual.

— Caio e Laura também vão participar. — Aviso ao notar seu olhar perverso.

Patrick me olha com surpresa e com um sorriso malicioso crescente em seus lábios.

— Não sabia que você gostava dessas coisas, Aurorinha. — Patrick sussurra contra minha orelha. — Você prefere... dividir?

Encaro-o perplexa.

— Não pensa besteira. — Empurro seu ombro, com minhas bochechas pegando fogo. Acho que Patrick tirou o dia para me deixar envergonhada — Estou falando de assistir um filme, Patrick. Apenas isso.

Patrick assente, como se tivesse ciência disso.

— Contato que seja com você. — Ele murmura ao segurar minha mão e beijar o topo dela — Eu topo qualquer coisa. Até mesmo dividir.

— Fala baixo! — Digo rapidamente com um sorriso, ao tampar sua boca com minhas próprias mãos. Duas meninas que passavam pelo corredor nos olharam com curiosidade.

Meus olhos se concentraram no de Patrick, que me encara com total atenção. Minha mão ainda pousada em sua boca, mas sem nenhum riso. Paterno entre encarar seus olhos ou sua boca. Patrick está paralisado, pelo visto, escolheu qual parte da minha face encarar; A boca.

Patrick me puxa pela cintura. Um movimento lento e calculado, e por fim, me beija. Um beijo que contém fogo, desejo e amor. Nos afastamos apenas para recuperar o ar. Os olhos negros do menino a minha frente estão totalmente brilhantes e suavizados.

Depois de alguns minutos, apenas tendo certeza de que esse momento é real, caminhamos de mãos dadas pelo corredor. No começo eu ficava desconfortável devido os olhares de algumas meninas, mas eu acabei me acostumando, de certa forma. Contato que estejamos juntos não me importo com mais nada. Só de tê-lo ao meu lado sinto que não preciso de mais nada.

Resolvemos que vamos passar o recreio no fundo da escola. Onde é silencioso e tem espaço para conversamos. E também "Para relembrar os velhos momentos", como disse Patrick. Aceito, até porque Laura parece estar muito ocupada com Caio, Katie, Charles e Kauan.

Patrick passa a mão carinhosamente pelo meu cabelo e eu presto atenção em seu lindo rosto.

— Posso segurar a sua mão?

Eu a estendi para Patrick, e, quando ele entrelaça seus dedos nos meus, a sensação é de estar em casa, em minha casa. Uma casa com paredes não é um lar. Lar é um lugar onde você se sente seguro. Um lugar onde você sempre pode voltar. Patrick representa isso para mim.

 Patrick representa isso para mim

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