Capítulo 55

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LAURA

Quase não consigo acreditar que agora estou namorando Caio. O lindo menino de olhos marcantes por quem sou apaixonada. Por quem sempre fui apaixonada.

Nunca achei que fosse recíproco, pois ele eé popular e bonito e eu... Bem, não tem muito o que dizer.

Mas o modo como ficou do meu lado quando fui atropelada.

Todas aquelas palavras que ele disse enquanto eu estava em coma... Sei que foram sinceras.

Todos os momentos que passamos juntos, os trabalhos em duplas, as conversas, as trocas de olhares e sorrisos. Tudo. Cada detalhe.

Lembro-me da noite no parque vibrante de Porto Real, o piquenique, o som da música distante, o pedido de namoro, foi tudo simplesmente perfeito e mágico. Ele deve ter se dedicado tanto para que tudo saísse bem. São esses momentos que sempre ficarão comigo.

Observo o pequeno anel delicado em minha mão e algo dentro de meu peito se agita.

Agora, estou deitada no meio da grande cama de Caio, apenas encarando-o. Dormi em seu quarto está noite, logo depois que ele me pediu em namoro. Apenas dormimos juntinhos, nada mais que isso. Não que eu não queira ir além... Contudo, estamos indo no nosso tempo.

Ele se oferece para cuidar de meu pé. Falo que não precisava, mas ele insisti tanto dizendo que pode ser algo grave, que acabo cedendo.

Seu olhar é determinado, mas sua expressão calma, como se para me confortar. Apenas verificando, com um aceno de cabeça no final, certificando-se de que não é nada grave, mas ainda sim tenho que tomar cuidado.

Bato a porta suavemente, abrindo a mesma na terceira batida, avisto Aurora e Patrick dormindo abraçados. Os dois estão em sono profundo.

Dou um meio sorriso ao encará-los. Decido então, que contarei sobre a novidade uma outra hora.

Desço às escadas e encontro Alice preparando o café. Encaro-a e sinto um pequeno sorriso em meus lábios. Alice é como uma segunda mãe para mim. Passo mais tempo aqui em sua casa e com ela do que na minha própria. Não que eu não goste da minha mãe, pelo contrário, eu a amo, mas ela e meu pai sempre parecem estar trabalhando, e quando não, estão implicam comigo.

— Laura, não sabia que já havia acordado — Alice oferece uma xícara de chá que eu aceito — Bem-vinda a família, querida. — Ela aperta carinhosamemte meu ombro — Na verdade, você sempre foi.

Dou um sorriso sincero para minha sogra.

— Obrigada. É uma honra fazer parte da sua família.

Decido que vou ao restaurante Briar, ver meu primo Gael. Assim posso contar sobre meu namoro. E, também ficar um pouco para comer, faz tempo que não o vejo, a última vez, que me lembro eu estava falando sobre a noite de meninas que iria fazer com Aurora, mas ele estava muito ocupado cochilando.

Entro pela grandes portas duplas do restaurante. O local está quase totalmente vazio, devido ao horário. Pequenos feichos de luz serpenteando pelos bancos de couros vermelho que tem em cada mesa.

Com o meu olhar, encaro todo o local a procura de meu primo, não encontrando-o.

Me aproximo mais da bancada, onde tem uma funcionária. Ela tem roupas específicas para trabalho em seu cabelo esta preso em um rabo de cavalo. Percebo que ela é gestante, sua mão apoiada confortavelmente na grande barriga.

— Onde está Gael? — Pergunto como forma de comprimento quando me aproximo mais da mulher. Ela para o que está fazendo e torna a me encarar.

— Ele foi para o fundo do estabelecimento.

Assinto com a cabeça conforme me afasto, dou um pequeno sorriso e um agradecimento a mulher. Abro às portas do fundo do Briar, onde fica os lixos e caixotes velhos. Gael está de costas viradas para mim, por isso não tinha visto eu chegar.

Percebo então que ele está chorando.

— O que aconteceu? — Sussurro  preocupada.

Qualquer coisa que eu tinha para dizer para meu primo desapareceu da minha mente neste momento, quando ele se vira para me encarar. Ele abre a boca para falar, mas nenhum som sai da sua boca.

— Ele morreu. — Gael diz com a voz embargada.

— Quem morreu? — Minha voz trêmula.

Sinto pequenas lágrimas adornar meu rosto agora também, ele deve estar falando da pessoa que estava saindo. Meu primo estava apaixonado por um garoto o qual estava apaixonado

Gael se assumido homossexual aos quinze anos, mas foram poucos garotos com quem ficou, a não ser este. Vê-lo assim parte meu coração em pedaçinhos.

— Nathan morreu. — Gael repete como se fosse difícil de acreditar — Ele teve uma overdose e... morreu.

Eu vim aqui dar uma notícia boa e acabei recebendo uma ruim. É melhor eu contar uma outra hora. Agora, só preciso ficar com ele, apoiando-o.

— Está tudo bem. Ele aperta mais forte o abraço à medida que acaricia meu cabelo — Eu tô aqui, está bem? — Digo com a voz baixa ainda sentindo lágrimas em meu rosto.

Não conhecia Nathan. Não de verdade, mas tinha visto ele algumas vezes. Sei que era uma boa pessoa e que meu primo gostava dele.

— Sinto muito. — É tudo o que eu posso oferecer.

Gael retribue com um olhar triste. Abraço-o com carinho. Apenas fico com ele, até ter certeza de que ele está bem. Será difícil, mas ele não está sozinho nessa.

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