Capítulo 73

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LAURA

Encaro o menino de cabelos castanhos e olhos marcantes que é meu namorado. Deixamos a panqueca queimar, mas o café da manhã foi ótimo. Nós quatros nos sentamos, conversamos e rimos. Foi bom. Um momento que não vou esquecer tão rápido.

— Vejo que o banho foi bom. — Digo como forma de comprimento ao alternar o olhar entre Aurora.

Patrick está conversando com Caio.

— Nada muito diferente por aqui — Aurora responde ao me encarar com um sorriso perverso nos lábios — Não sabia que você era tão safada, Laura!

Com um riso e um negar de cabeça, me aproximo de onde ela está e me sento ao seu lado.

— Olha... — Murmuro, mudando de assunto — Sua mãe me falou que você teve pesadelos... Se foi por causa do Richard... Saiba que ele foi preso. Vai ficar assim por muito tempo.

Estava ansiosa para contar essa notícia para minha melhor amiga, meu pai que é policial, me disse que ele foi encontrado em outro estado e estava escondido na casa de um parente. Minha melhor amiga sempre teve medo de que ele acabasse voltando.

Mas não vai mais.

Até que enfim Richard vai pagar por todo mau que causou

— Está tudo em agora. Ele não vai mais te incomodar. Podemos viver finalmente em paz.

— Sério? — Aurora parece paralisada. Surpresa.

Assinto enquanto seguro suavemente sua mão.

— Já faz um ano, desde que nos conhecemos... — Continuo dizendo — Fico imaginando, se eu não tivesse passando no corredor do Saint Mary e te encontrado lá, será que a gente ainda teria se conhecido?

Aurora brinca com as pontas do cabelo.

— Foi um ano complicado, confesso — Ela volta seus olhos para mim — Mas não me arrependo de ter te conhecido. Não me arrependo de nada, na verdade. Faria tudo de novo se isso significasse ter você como minha melhor amiga de novo.

Dou um pequeno sorriso à medida que me encosto no sofá.

— Foram tantos momentos juntas não é? Passamos por tantas coisas. Mas nada derrubou a nossa amizade — Tento não chorar, mas está difícil — Sabe por quê? Porque a nossa amizade é verdadeira e o amor que sentimos uma pela outra é de irmã.

Aurora me encara. Ela abre a boca para dizer algo.

— Laura... — Ela diz com olhos brilhantes — Eu tenho tanto a agradecer a você. Por tudo o que você fez e continua faz por mim. Acho que nunca serei grata suficiente — Ela respira e desvia o olhar, impedindo o choro — Você me salvou do acidente e muito mais que isso, me manteve viva por dentro nesses meses turbulentos. Sinto que não fiz muito por você.

— Você fez sim — Respondo firme — Você fez muito por mim, acredite. Quando você preferiu a minha segurança mesmo quando isso significava sua infelicidade... isso é amor. Tudas suas escolhas, foram por amor. Por amor a mim e ao seu irmão. É por isso que gosto tanto de você Auroda... Você é muito boa, está sempre colocando a felicidade e a segurança de quem ama acima de tudo, mesmo que não traga nenhum benefício a você.

Seus olhos são brilhantes de lágrimas, os meus também devem estar assim. Mas ainda sim consigo sentir o sorriso em meus lábios.

— Eu teria feito tudo de novo. Eu daria minha vida se isso significasse que você viveria.

— Obrigada. De verdade. — Aurora murmura. Sua voz está embargada. Ela está tentando não chorar também.

— Eu que tenho que agradecê-la, irmãzinha. — Tiro meu colar de ouro com uma pequena estrela no centro, e entrego para ela.

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