AURORA
— Parece que você vai chorar a qualquer momento. — Diz uma voz doce ao meu lado, o qual me faz sair do transe em que me encontro. Quase dou um grito de susto enquanto me viro para encarar quem disse aquilo. Com rapidez, levo a mão ao peito.
— Você me assustou! — Sussurro sem fôlego, com meus olhos arregalados.
— Olá, você está bem? — Ela cumprimenta de modo simpático — Meu nome é Laura. Desculpe ter te assustado. Não foi minha intenção.
Devo mesmo estar no mundo na lua pafa não ter notado a menina...
— Espera aí. Você é a menina de hoje mais cedo no corredor. A que perguntou se eu estava bem?
Laura assente com um sorriso.
— Sou eu mesma. Fico feliz por ter lembrado de mim.
Como esquecer? Afinal, Laura é linda. Morena, cabelos cacheados e possui lindos olhos esverdeados. Além do mais, é gentil.
Engulo em seco, sem saber ao certo o que dizer, meus pés estão paralisados no chão e uma enxaqueca surge em minha cabeça. Mas, Laura, continua:
— Eu vi o que aconteceu... Mas não se preocupe. Melissa é assim mesmo.
Melissa? Esse é o nome da menina ruiva?
— Vocês se conhecem? — Questiono.
— É uma longa história... Quem sabe algum dia te conto.
Encaro-a confusa, mas opto por não dizer nada. Assinto com a cabeça e consigo dar um meio sorriso para Laura. Meu peito que estava apertado, está desacelerando.
— Não ligue para o que ela diz.
— Eu não ligo. — Digo rapidamente, mesmo sabendo que é mentira.
Laura me encara com uma cara que diz o contrário. Porém, antes que eu possa dizer ou fazer qualquer coisa, sinto minha visão embaçar e me apoio mais na parede.
Por um momento, eu me esqueci de tudo. Até da situação em que me encontro.
— Ah, Meu Deus, você está bem?! — Laura coloca suas duas mãos em meu ombro — Espera aqui. Vou pegar um copo de água para você, Ok? — Ela murmura e começa a se afastar.
Quero dizer que não precisa, mas ela já foi buscar. De repente, eu não quero mais ficar sozinha.
A tempestade está de volta, mais forte, que me assusta. Tenho medo de algo que não consigo ver, mas consigo sentir, está no limite. Achei que tinha ido embora, mas, pelo visto, não foi. Fico preocupada que, de alguma maneira, eu possa desmaiar, aqui no corredor do colégio.
Depois de alguns minutos, Laura volta e me entrega o copo com água. Dou dois goles antes de devolver.
— Obrigada. — Eu me sinto envergonhada, mas, de certa forma, agradecida — Eu sou Aurora. É um prazer te conhecer.
— Eu sei — Laura me analisa pensativa.
Arqueio minhas sobrancelhas em sinal de confusão.
— Você é garçonete do restaurante Briar, não é? — Laura esclarece — Meu primo trabalha lá.
— Ah — É tudo o que consigo dizer — Sou eu, sim. — Quem é seu primo?
— Gael.
Assinto distraídamente.

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Recomeços
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