MELISSA
Esse é um daqueles dias em que eu vou assistir os jogos de Matheus. Porém quando chego já esta no final, na verdade, o jogo já acabou, mas a expressão do rosto do menino de cabelo ruivo é solene, presumo, então, que eles ganharam o jogo, e não fico surpresa com isso.
Observo o celular na minha mão direita.
Por que ele não me respondeu?
Procuro não pensar muito nisso, talvez estava ocupado e não viu. E terei que contar para ele sobre minha ida... Não sei de tenho coragem. Me aproximo mais do campo verde de floriana. Está no final da tarde; céu se escurecendo e há raios de sol por toda parte.
Me sento na arquibancada e encaro-o mais uma vez. Um pequeno grupo de meninos, que também são jogadores, ao redor dele, não muito, no máximo quatro ou cincos. Sinto a brisa suave açoitar meu cabelo ruivo, fazendo-o voar.
Depois de tanto tempo, estou me sentindo me feliz. Achei que nunca mais sentiria de novo. Dou um pequeno aceno à Felipe, que me encara de longe, seu rosto uma máscara solida, seus olhos claros estão distantes e vazio.
O que há com ele? Felipe é sempre tão alegre...
Com um pequeno suspiro e um balançar de cabeça, para afastar os pensamentos importunos que crescr em minha mente, me encosto mais na bancada.
Matheus ainda me me notou, por estar conversando com os outros meninos ou por qualquer outro motivo, mas ele olha para Felipe, e lá encontra a resposta. Assim, o menino de cabelos como fogo se vira para me encarar, seu olhar que estava alegre se torna indecifrável e vazia, sua expressão quase pálida.
Sinto preocupação me acertar como ondas. O que está acontecendo?
Não entendo. Será que ele sabe sobre minha ida? Mas como?
Matheus se despede dos garotos, e com um único aceno de cabeça para felipe se aproxima de onde estou. Tento controlar às batidas frenéticas do meu coração enquanto se aproxima. Dou um pequeno sorriso quando ele está a poucos centímetros de distância. Deve ser impressão minha, mas posso ter visto um lampejo de tristeza passar pelo seus olhos.
— Se você tivesse chegado à poucos minutos atrás conseguiria ver nosso time ganhando. — Matheus murmura com a voz rouca.
— Cheguei no momento certo. — Respondo convencida — Por que você está aqui.
Seguro sua mão, apertando-a, Matheus não diz nada enquanto realizo o gesto.
Ele está... tremendo.
— Você está com frio? — Pergunto, com as sobrancelhas erguidas.
Matheus dá um pequeno sorriso que não chegou ás orelhas. Ele solta minha mão; apenas para roçar o polegar pela minha bochecha. Com um único movimento me aproximo de onde ele está, o que faz qualquer barreira entre nós chegar ao fim. Colamos nossos lábios em um beijo pequeno e suave.
Matheus inicialmente fica relutante em retribuir, mas logo sua língua se movimenta pela minha boca. Há entrega e sentimentos na forma como ele guia o beijo, não há aquele fogo, não, é como um beijo de desculpas e despedidas.
— Quer água? — Matheus pergunta, quando se afasta, enquanto leva à mão pelo cabelo. Ele abre a boca e a fecha, como se quisesse dizer outra coisa, porém não o faz.
Sinto a garganta seca, assinto levemente que sim com a cabeça, e com passos pequenos ele se afasta. Encaro sua figura, percebo que um pequeno sorriso começa a crescer em meus lábios. Levo às mãos ao meu coração, sinto alegria ali. Alegria pura. Contudo, murmúrios de garotos faz com que eu sai do transe em que me encontro. Eles também encara a figura que se afasta.
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Recomeços
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