Epílogo

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O destino traça seus caminhos muito antes de tomarmos ciência de quem somos, acreditando ou não nele, seus fios nos envolvem para que ao longo da vida desenrolemos os laços que nos ligam a outras pessoas. Duas almas destinadas a estarem juntas, não se perdem uma da outra, levem dias ou anos, no momento em que o último laço se desenrola, o fio se estica o guiando para seu futuro. Talvez em algum momento da sua vida você tenha esbarrado com um estranho.

Escolhido amar a filha de alguém que não conhecia, cruzado com essa pessoa em um acidente de trânsito, indiretamente salvado a vida dele uma e outra vez. Para que no final, as almas se encontrassem em uma rua qualquer em uma cidadezinha do sul da Carolina, talvez nesse momento você ainda não soubesse que as cartas que sua filha escreveu para um "estranho conhecido" estavam na verdade, traçando o seu destino.

Serkan debruçou seu corpo sobre a mureta pintada de branco da varanda, e estudou as duas crianças que corriam pela grama verde e recém aparada do jardim.

Sirius acompanhava fielmente Sammy de doze anos puxar um carrinho de mão vermelho com os cabelos presos em dois coques na lateral da cabeça.

O mais novo deles Luke, de quatro anos impulsionava seu corpo para frente e para trás acomodado na carroceria.

Mãos gentis deslizaram em suas costas e lábios suaves se prenderam em seu rosto.

— Boa tarde, Darth Vader! — Sua esposa lhe sorriu um sorriso doce apoiando suas mãos em seu ombro.

— Boa tarde, meu amor! — Respondeu rodeando a cintura dela.

Eda apoiou o queixo em seu peito e ergueu seu rosto esperando que ele se inclinasse para beija-la.

Os cabelos castanhos pareciam mais brilhantes agora caindo sobre os ombros delicados dela.

Serkan estudou seu rosto por um breve momento passeando seus dedos nas costas sob o tecido fino do vestido.

— Como se sente? — Serkan perguntou com os olhos ainda presos no rosto dela.

Ela apenas murmurou acomodando a lateral do rosto no peito dele.

Os braços dela se fecharam em seu corpo e ele sentiu um aperto leve.

— Ainda enjoada?

Eda voltou a erguer seus olhos castanhos para ele piscando os cílios longos.

— Eles parecem mais exigentes que o Luke! Me sinto completamente drenada.

Um sorriso se desenhou no rosto dele.

— Para mim você parece duas vezes mais bonita. — Ela suspirou sentindo os lábios dele em sua testa.

— Eu vim até aqui esperando receber um pouco mais que um beijo na testa...

Ele riu.

— Sabe o que vai acontecer se eu fizer o que quer, não sabe?

Viu os olhos dela deixarem seu rosto para vasculhar o jardim.

A velha magnólia balançava seus galhos floridos em uma dança lenta, o balanço rangeu baixo com o sopro do vento de fim de tarde, levou uma das mãos ao queixo dela a fazendo se virar para ele novamente.

— Ele parece distraído para mim. — Eda disse com uma alegria contida.

— Então talvez eu deva... — Ele se aproximou colando seus lábios quentes nos dela.

A barriga oval foi pressionada contra o abdômen dele quando ela o puxou para senti-lo mais perto.

— Acho que não consigo mais me alinhar a você. — Disse com uma tristeza ensaiada.

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