Simultaneidade (Parte 3)

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Borboletas seguem em direção a luz.

São assim atraídas para longe de seus antigos casulos, para seguirem agora suas novas vidas.

Um farol resgata esperanças brilhando em meio a mares turbulentos e escuros.

Uma borboleta seguiria um farol?

Eda apoiou a cabeça em seus joelhos, as chamas da lareira aqueciam o ambiente que se enchia com a risada alegre de Sammy.

Ela os observou moverem-se pela sala ao som de Sweet Child O'Mine.

Sammy pisava com os pés descalços sobre os dele que lhe segura pelas mãos levando e trazendo o corpo pequeno com o seu.

- Isso é divertido. - Ele disse com a voz risonha.

Os cabelos balançando com os movimentos agitados de sua cabeça.

Não pode evitar sorrir com a cena, qualquer pessoa que entrasse naquele cômodo agora chegaria a incrível conclusão de que Sammy e Serkan eram pai e filha.

Os olhos eram os mesmos, os dela mergulhados ainda em sua inocência infantil, os dele talvez um pouco mais duros.

Pareciam-se até mesmo na maneira de sorrir, e dividiam entre eles uma estranha ligação.

Suas almas se reconheciam, haviam se reconhecido desde o primeiro dia.

**

Sammy sugou o milk-shake em seu copo estudando o ambiente com o olhar aguçado e curioso de uma menina de seis anos.

- Então, sua mãe pediu para que vocês escrevessem uma carta para alguém que não conhecem?

- Sim, mas ela disse que precisamos admirar a pessoa, isso é difícil.

- Não sabe para quem escrever? - Ceren perguntou afastando as mechas que se perdiam no rosto dela. - Algum famoso que goste muito?

Ela agitou a cabeça os cabelos voltaram a cair sobre os olhos.

- Eu gosto do Mestre Yoda, mas não acho que ele vá receber minha carta.

Ceren riu alto, virando o rosto para estudar o local.

- Certo! - Com ambas as mãos sobre a mesa.

Sammy levou seus olhos para além dela.

- Quem é?

- Quem é... - Seguiu o olhar da menina sorrindo ao encontrar a imagem presa a parede. - Meu irmão.

A menina arregalou seus olhos surpresa. - Irmão? - Ceren assentiu. - Onde ele está?

- Quem sabe...

- Ele morreu? - Com surpresa nos olhos ela agitou a cabeça.

- Não! Serkan é um soldado. - Pausou os pensamentos, a menina retirou sua atenção da fotografia para olha-la.

- Então ele está na guerra...

- Isso.

- Sente falta dele. - Sammy disse voltando a sugar seu milk-shake.

Ceren suspirou concordando. - Sim, muita..., mas ele está fazendo algo importante. Ajudando pessoas, cuidando delas.

Os olhos da pequena se iluminaram. - Tia Ceren, acha que eu poderia escrever para ele?

- Quer escrever para o meu irmão?

- Acha que eu posso?

- Achei que precisasse admirar a pessoa.

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