Um passo à frente (Parte 3)

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- E...? O que quer tanto me mostrar? - Serkan a guiou pela mão entre os carros estacionados.

- Não seja apressada professora, eu disse que te ensinaria algo.

- Espera..., - O puxou pela mão fazendo o corpo votar. - Quer me ensinar algo agora? Aqui?

Ele meneou a cabeça com o olhar divertido, algo quente aqueceu a face dela.

Estava mesmo prestes a corar na frente dele?

- Calma professora... - Entrelaçou os dedos aos dela a puxando lentamente. - Eu não sou tão pervertido assim.

- Não é? – Franziu o rosto para ele.

- Se eu não soubesse que você não quer nada comigo, diria que está um pouco desapontada...

- Não estou. - Puxou a mão fazendo a dele se apertar mais. - Só estou curiosa...

- Vamos saná-la agora... - Parou se virando para ela. - Pronta?

O espanto lhe paralisou o corpo e os olhos castanhos se arregalaram.

Ele puxou sua mão para trazê-la para ele, mas os pés se prenderam com força. - Professora?! - Agitou a mão livre frente ao rosto pasmado.

- Ah, eu não... Não vou subir nisso. - Deu um passo vacilante para trás. - Não mesmo, sem chances.

-Mas tínhamos combinado...

- Não, você combinou... - outro passo para trás. - Eu não concordei com nada.

- Também não descordou. - Piscou para ela. - Vamos professora, é só a Harley.

- Que se dane a Harley, eu não vou subir nisso. - A voz estridente fez com que o rosto dele se iluminasse em diversão. - Não é engraçado.

- Já subiu em uma? - ela negou esfregando o braço com a mão. - E não quer nem tentar?

Lhe ofereceu um capacete.

Eda estudou o rosto cheio de expectativas dele, balançou o corpo hesitante duas possibilidades começavam a se instalar em sua cabeça.

Poderia se virar e deixá-lo ali com a maldita Harley ou aceitar o capacete que lhe era oferecido e montar naquilo com ele.

Confiava o suficiente para subir em uma motocicleta com ele? Não gostava de motos também, eram arriscadas e barulhentas demais.

Contudo, tinha confiado nele com a própria filha.

O que poderia dar errado?

Ela poderia cair e morrer?

Com certeza, mas era só uma possibilidade.

Respirou fundo analisando a motocicleta preta com detalhes prateados brilhantes, as mãos tremeram quando ela finalmente as ergueu aceitando o capacete.

Ele deu alguns passos na direção dela guiando o capacete meia face para a cabeça e o prendendo.

Serkan colocou o capacete sobre a própria cabeça montando a motocicleta, Eda bambeou um pouco antes de ocupar o assento atrás dele.

- Precisa segurar professora. - Disse puxando as mãos dela para o corpo.

Os braços dela cobertos pelo couro da jaqueta envolveram ele e as mãos fecharam as unhas no tecido da camisa, escondeu o rosto contra as costas apertando os olhos.

O motor rangeu fazendo a motocicleta a tremer sob eles, ela o abraçou mais forte.

Ele conseguia senti-la respirar contra suas costas, estava nervosa.

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