Pretérito (Parte 4)

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- Mamãe... - Sammy empurrou a porta do quarto entrando devagar no cômodo. - Você está bem? - Perguntou indo até a mulher aos pés da cama.

Eda juntou as forças que lhe restavam puxando o ar para os pulmões, limpou o rosto molhado no tecido da blusa antes de erguer o rosto para ela.

- Estou bem, venha. - Agitou as mãos para ela, puxando o corpo pequeno para perto. - Você, está bem?

- Sim! Ele não me fechou no armário dessa vez...- Sammy passeou os olhos tristes pela mãe, levando uma das mãos ao rosto dela. - Está doendo?

- Não! - Eda se apressou em dizer quando a menina tocou o hematoma em seu braço.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Me desculpa... Eu prometo que não peço mais para sair.

- Ei, - A puxou mais fazendo com que ela se sentasse sobre suas pernas. - Não é culpa sua, tire isso dessa cabecinha.

- Mas se eu não tivesse pedido, você não estaria machucada.

- Querida, já conversamos sobre isso... Você se lembra?

Ela concordou. - Os monstros não tem motivos para atacar, eles só atacam.

- Exatamente! E o que nós fazemos?

- Ficamos fortes.

- Isso! Porque isso não vai durar para sempre.

- Quanto tempo mais?

- Só mais um pouco...

- Até você sarar de novo?

- Até o momento certo... Porque eu posso me curar bem rápido é só você ficar perto de mim.

- Assim? - Disse envolvendo os braços nela.

- Assim... Se ficarmos juntas, nada mais importa. - Apertou o corpo pequeno contra o seu. - Você é a coisa mais importante na minha vida, não se esqueça disso.

- Eu te amo! - Eda segurou o rosto dela.

- Eu também...

**

- Como sabe sobre isso? - se afastou dele com Sammy nos braços. - Como sabe sobre isso? - Disse um pouco mais alto.

Fifi se aproximou retirando Sammy dela. - Vamos entrar um pouco... - Disse para a menina que mantinha seus olhos na mãe.

- Eu quero ficar.

- Eles precisam conversar querida.

Eda esperou até que eles sumissem dentro da casa, então voltou seus questionamentos para ele.

- Eu perguntei como sabe sobre isso... - Ele hesitou um pouco passando a mão pelos cabelos a estudando com os olhos baixos.

- Eu tive acesso a algumas informações.

- Informações? Quer dizer que estava me investigando? - Uma risada nervosa escapou dela. - Eu sou tão idiota, foi por isso que desapareceu não foi? - Ele ergueu seus ombros. - Não foi?

- Eu... Tive acesso a algumas coisas sobre você.

- Você disse que eu poderia confiar em você... Disse que esperaria até que eu estivesse pronta para contar quando já sabia...

- Eda...

- Não! Eu sou mesmo uma idiota.

- Não, você não é...

Conheça minha mãe |✅|Onde histórias criam vida. Descubra agora