Incompletos (Parte 2)

1.7K 206 102
                                    

Girou as chaves e empurrou a porta com o pé, sem remover o apoio que seu corpo oferecia ao dela a guiou pelo cômodo.

— Serkan, eu posso caminhar. – Disse.

— Disseram que não pode se esforçar. – Ele a sentou no sofá estudando seu rosto. — Está pálida. – Se afastou indo até às janelas puxando as cortinas para que a luz passasse.

— Não acho que se referiam a caminhar.

— Não importa, não fará esforço de qualquer tipo.

— Não pode me carregar por aí. – Disse ela com o rosto impaciente enquanto ele retirava seus sapatos.

A ignorando atravessou a sala sumindo no corredor.

Eda deixou um suspiro longo escapar sua mente estava em Samantha, tinha estado nela desde que recobrara a consciência e por mais que ele tentasse não passar suas preocupações para ela, sabia que a dele também estava.

Tinham descoberto que teriam um filho, e nem conseguiam se sentir inteiramente felizes por isso.

Estavam incompletos e todo o resto parecia vazio.

Serkan retornou com as mangas de seu suéter preto enroladas nos antebraços e as mãos molhadas.

— Vamos... – Iniciou ele, Eda o olhou com desconfiança.

— Para onde?

— Te preparei um banho quente, será bom para você. – Ele passou uma das mãos por baixo de seus joelhos e apoiou a outra na lateral de seu corpo a erguendo sem qualquer esforço.

— Eu poderia andar até lá.

— Não vai! – Disse tranquilamente caminhando com ela nos braços pela casa.

A pousou com cuidado sobre o tapete macio do banheiro.

— Precisa de ajuda? – Ele perguntou com o olhar atento.

— Não preciso. — Respondeu com um sorriso fraco.

Removeu suas roupas aceitando a mão dele para entrar na banheira, submergindo seu corpo em água quente e espuma branca.

Se virou para ele.

— Você não vem? – Ele se deteve.

— Quer que eu entre com você?

— Se você quiser! Não está livre do estresse. – Ele desviou seus olhos. – Acho que está tão estressado quanto eu.

— Tudo bem! – Concordou puxando seu suéter e logo se livrando das outras peças de roupa e deixou seu celular onde pudesse ser alcançado.

Eda cedeu espaço para que ele se acomodasse atrás dela.

— Ah! – Ele esbravejou ao ter metade do corpo coberto pela água. — Como você aguenta esse inferno consumindo sua pele?

Ela riu, primeira vez.

— Foi você quem preparou, não achei que fosse reclamar.

— Não achei que fosse me convidar Eda! – Puxou os ombros dela para que acomodasse suas costas em seu peito tomando a esponja no descanso. — Como se sente?

— Fisicamente, bem! A cabeça dói um pouco. — Ele passou a esponja pela pele com calma e lentidão. – Fifi não te disse nada mesmo?

— Ainda não..., mas ele não machucaria a própria filha.

— Quanto a isso... – Pausou. – Não acho que ele se importe...

— Eda, tudo o que ele pretende é te deixar assustada, ele sabe que a Sammy é o seu ponto fraco está tentando te atingir.

Conheça minha mãe |✅|Onde histórias criam vida. Descubra agora