Pretérito (Parte 3)

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- Pode me dizer onde estavam? - Diz quando a porta se fecha atrás delas, sente o corpo pequeno recuar para abraça-la pelas costas. - Não me lembro de ter dado permissão para que saíssem.

- Nós fomos até o parque.

- Sem falar comigo? - manteve o tom baixo, enquanto virava o copo com sua bebida na boca.

- Não achei que ...

- Não achou o que? - Se aproximou fazendo com que ela recuasse com a menina agarrada ao seu corpo. - Não achou que me deveria explicações? Três semanas não foram o bastante? Em?

- Ela precisava tomar um pouco de sol, respirar ar fresco.

- Ar fresco e sol... O que? Com esse monte de janelas não entra sol na porra dessa casa? - Apertou os olhos quando ele vociferou. - Me responde! - Agarrou o queixo dela a fazendo arfar assustada. - Eu já disse que não é para sair... eu disse mais de uma vez que não sai daqui sem que eu diga que pode!

- Não fomos longe. - Ele apertou suas bochechas com força, os olhos tomados pela já característica ira.

- Não me interessa se foram até o elevador, você segue as minhas regras, e eu disse que não quero que pise fora dessa droga de apartamento. - Soltou o rosto dela, os dedos marcados na pele. - Encontrou alguém para conversar dessa vez? Da última vez estava se engraçando com aquele Filho da p...

- Para... Já disse que não fomos longe, estávamos no parque. - As palavras tremeram em sua boca, Sammy a apertou.

- Quer discutir comigo? Tem certeza? - Ela desviou os olhos engolindo com dificuldade a saliva. - Olha pra mim... - ralhou entre dentes fechando a mão em seus braços.

- Solta ela, por favor fui eu que pediu para sair. - Sammy se soltou do corpo dela se lançando contra ele com as mãos abertas. - Solta a minha mãe!

Ele cerrou o punho fitando a garota com o a expressão irritada. - Talvez seja mesmo melhor eu começar por você.

Soltou o braço dela indo de encontro a menina a segurando pelo pulso pequeno e a arrastando pelo cômodo.

- Não faz isso... - Eda gritou indo atrás dele. - Solta ela por favor... não faz isso!

- Mamãe! - Sammy gritou se debatendo quando alcançaram o corredor.

- Você pode me castigar, mas por favor solta ela.

- Não se preocupe com isso, você vai ser a próxima. - Os escureceram quando a empurrou fazendo com que seu corpo fosse amparado pela parede. - Eu estou cansado de ficar repetindo sempre a mesma coisa... Faz com que eu pareça o cara mal e eu não sou, você entende Samantha? Entende que eu não quero que saiam de casa? ENTENDE? - Gritou próximo ao rosto dela a menina se encolheu procurando a mãe. - Olhe para mim. - Forçou a mão no rosto dela. - Lembra do que aconteceu da última vez? - Sammy balançou a cabeça. - Dessa vai ser pior... Por sua culpa. - A menina piscou tentando evitar que as lágrimas fugissem. - Não comece a chorar ou vai ser pior... Sabe o porquê disso não é, é para que aprendam a fazer o que eu mando! - Fechou a porta do quarto com força, as batidas na porta se iniciaram, a voz abafada da menina atingiu seus ouvidos.

- Ela é tão irritante. - Ele disse se virando para ela acometido pela raiva irracional. - Sua vez...

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Não aguentava mais esperar, o telefone de Ceren havia tocado cerca de seis vezes, nenhuma delas era ele, Aydan e Melo ligavam para obter notícias que nem mesmo ela tinha, se levantava a cada dois minutos estudando a entrada e tornava a se sentar.

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