Desespero, a exasperação que cobre seu corpo em situações em que não enxerga uma saída.
Medo, a sensação que te deixa em alerta por receio de agir.
Pavor, a ênfase do medo...
Conhece a sensação estranha que toma conta de você diante de uma situação perigosa?
Eda conhecia, em seu subconsciente conhecia cada etapa do medo, e a única coisa capaz de lhe arrancar da paralisia era sentir que Sammy estava por perto.
Agora, no entanto, não fazia ideia de onde estava sua filha.
Samantha conhecia as regras.
Não falar com estranhos;
Estar sempre onde poderia ser vista;
Nunca se afastar.
**
- Oito, nove, dez... Pronta ou não, lá vou eu. - Vasculhou os cantos escondidos da enorme sala de estar, passando pelas cortinas claras com pequenos pezinhos cobertos por meias de borboletas. - Onde você está?
O tecido de linho branco se balançou com a silhueta pequena contra a luz, o som baixo de uma risada atingiu seus ouvidos. - Onde será que a Sammy está?
Outra gargalhada.
As mãos agarraram as barras do tecido as puxando para os lados, os olhos espertos de um verde intenso piscaram para ela, a menina se encolheu um pouco com o susto. - Te achei!
Ergueu o corpo pequeno em seus braços as perninhas se agarrando a sua cintura.
Começou uma sessão de beijos contra as bochechas rosadas, ela voltou a explodir em gargalhadas.
- Poxa, você sempre me acha!
- Eu sempre te acho... - Tocou o nariz com a ponta dos dedos.
- Podemos ir lá fora hoje? - Eda suspirou encarando o relógio. - Por favorzinho!
Implorou.
- Precisa ser por pouco tempo, tudo bem?
- Tudo bem!
Sammy agarrou-se a mão dela quando alcançaram a portaria.
- Senhora, é bom vê-la... - o Porteiro lhe cumprimentou com um sorriso. - Se sente melhor? Soube que estava doente.
- Melhor Zeki, obrigada!
- A senhora parece um pouco pálida. - disse puxando a porta. - Tem certeza que está bem?
- Acho que um pouco de sol pode ajudar, não?
- Com certeza... Divirtam-se.
- Obrigada Zeki!
**
Eda correu os olhos pela pequena quantidade de pessoas que começavam a se juntar em frente ao prédio, sentada aos degraus das escadas de acesso torcia seus dedos uns nos outros, a frequência cardíaca sendo ditada pela agonia que a consumia.
- Talvez ela tenha ido para casa... - alguém disse ao fundo.
Sua mente não estava funcionando, mas precisava.
A cada pergunta que lhe faziam a única resposta que vinha a sua mente era o nome dele.
Nada além disso explicaria o sumiço da filha, mas ela não poderia responder isso a estranhos não tinha tido coragem nem ao menos para responder isso ao homem que vinha sendo presença frequente em sua vida.
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Conheça minha mãe |✅|
FanficEssa é minha mãe, Eda Yldiz. Vinte e oito anos e professora. Talvez você a ache um pouco séria demais, ela é assim para todos os que não a conhecem, reservada, realista e sempre racional. Para ela sou sempre eu em primeiro lugar, na frente de suas...