Capítulo • 31

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Baby, você não consegue ver?
Eu estou chamando
Um cara como você devia usar um aviso
É perigoso, estou me deixando levar
Não tem escapatória, não consigo esperar
Eu preciso de uma sacudida, baby,
faça isso por mim
Você é perigoso e eu estou amando isso

Melanie Martinez | Toxic

04 de Junho de 2020, algum lugar perto de New York, EUA12:30 p

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04 de Junho de 2020, algum lugar perto de
New York, EUA
12:30 p.m.

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O silêncio que preenche o interior do carro deveria trazer conforto à minha alma, contudo, sinto que estou dentro de algum tipo câmara de tortura. Com a cabeça encostada no banco, limito-me a observar os carros na pista contrária. Pelo espelho retrovisor consigo ter um vislumbre da SUV preta nos seguindo; por alguns segundos o arrependimento rasteja pelas minhas veias. Deveria ter vindo com eles, assim teria evitado estar ao lado de um certo violinista.

— Sou entediante, baby? Não disse quase nada desde que deixamos Washington para trás.

A voz grossa ressoa dentro do pequeno espaço. Fecho os olhos e o coração aumenta o ritmo das batidas como se eu houvesse corrido por horas.

— Desculpa, te assustei.

Consigo detectar o ar de riso por atrás das suas palavras.

— Não, tudo bem. — Balanço a mão como se não fosse nada. — Me assusto com facilidade lembra?

— Impossível esquecer.

Sua risada ganha minha atenção no momento que resolvo encará-lo, automaticamente meus olhos recaem nos seus lábios. Inferno. Evito estremecer com o arrepio que percorre toda a extensão dos meus braços. O seu cheiro inebriante em conjunto com a voz rouca e aparência de bad boy — que consiste no uso de preto da cabeça aos pés, óculos estilo aviador pendurado na gola de sua camisa e para finalizar, a jaqueta que ele nunca abandona — enquanto dirige, tem me afetado desde que entrei no meu carro.

Quando concordei com sua ida para Nova Iorque após ter proferido tais palavras repletas de intensidade, e que ele poderia dirigir, não imaginei que estaria mergulhando de cabeça na piscina a qual representa meu próprio inferno pessoal. Bom, posso ter sido ingênua ao dizer para mim mesma após chegar sozinha em casa — depois do inesperado convite para a sorveteira — que Cameron Crestwell não iria me afetar com sua companhia.

Passar algumas horas do dia com sua presença marcante em um local aberto, não é a mesma coisa que passar quase quatro horas dentro de um espaço "pequeno" onde consigo estar completamente consciente dos centímetros que nos separam.

— Parece perdida em pensamentos de novo. — Mais uma vez sua voz acaba por me despertar de tais pensamentos.

— Desculpa. — Solto a respiração levemente frustrada, devo estar sendo a pior companhia. — Estou sendo chata. — Direciono os olhos na sua direção para observar a reação após essa confissão.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora