Capítulo • 14

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Na noite em que você estava saindo,
você me deu uma missão
Você abriu meus olhos e me
mostrou uma visão
Estou abrindo caminho para
sair dessa prisão

Lukas Graham | Hold My Hand

06 de Abril de 2020, Washington D

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06 de Abril de 2020, Washington D.C, EUA
11:25 p.m.

●●

Bebo um gole da cerveja e apoio a mão na janela enquanto meus olhos percorrem o quintal escuro. Tantas coisas aconteceram nessas últimas semanas, que nem ao menos me reconheço. Parece que minha vida está dando uma maldita reviravolta. 

Naquele dia, naquele maldito dia, Thea libertou algo dentro de mim. Ter dito palavras tão duras levaram minha alma ao inferno sem qualquer escapatória; não que ela já não estivesse vagando pelo fogo mesmo antes de conhecê-la. Por dias estive preso em meio ao fogo, enquanto suas palavras ecoavam na minha mente perturbada.

— Voltar atrás não é o bastante, Cameron. Não se você irá agir da mesma forma novamente, de nada adianta pedir desculpas e continuar agindo assim.

Ela estava certa, acho que não houve um momento sequer que a bailarina estivesse errada com suas indiretas que mais apontavam todas as merdas em minhas atitudes. Fui um babaca idiota, cada vez que tive oportunidade lancei palavras ácidas sem qualquer resquício de bondade na sua direção.

Porra, que merda de homem eu era ou talvez ainda seja.

Trago a garrafa até a boca e bebo um grande gole, solto a respiração pesadamente. Se eu fosse o Cameron de antes das minhas irmãs surgirem, recorreria a bebida e cigarros, para me livrar dos pensamentos proibidos relacionados à bailarina. Se a Thea imaginasse tudo que eu gostaria fazer com ela, correria sem olhar para trás. Isso seria meu pior pecado.

Não imaginei que a encontraria tão cedo, muito menos que estivesse com as minhas irmãs. Esse maldito órgão chamado coração, bateu tão forte contra meu peito que achei que estava infartando no momento em que a encontrei sentada no chão da sala de Lúcia, parecendo um anjo, brincando com as meninas. Aquela visão, acabou levando meus pensamentos até algo que não posso sequer desejar.

Como se fosse possível estava ainda mais linda, senti um desejo tão grande puxá-la para meus braços e acabar me intoxicando com seu cheiro ou até mesmo beijá-la loucamente. Para provar que não estava tendo mais um sonho.

— Você é patético, Cameron. — Solto uma risada seca, e bebo mais um gole da cerveja.

Todas as palavras que disse quando estávamos sozinhos na varanda de Lúcia, foram verdadeiras. Pela primeira vez me senti livre para lhe dizer tais palavras, parecia que as correntes que estrangulavam minha alma estavam frouxas.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora