Capítulo • 7

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Eu encaro meu reflexo no espelho
Por que estou fazendo isso comigo mesma?
Perdendo minha cabeça por um pequeno erro
Eu quase deixei meu verdadeiro eu de lado
Não, não, não, não, não
Não perca quem você é no borrão das estrelas
Ver é enganar, sonhar é acreditar
Tudo bem não estar bem

Jessie J | Who you are

19 de Março de 2020, Washington D

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19 de Março de 2020, Washington D.C, EUA
07:10 p.m.

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— Você é tão boba, Thea — sussurro ao arrumar a mochila para ir embora do ginásio.

Enquanto dançava, uma fagulha de esperança irrompeu em meu peito. Esperança essa que em algum momento surgisse uma melodia produzida pelo violino quebrando o silêncio presente no ginásio. Não deveria estar sentindo essa certa vontade de esbarrar novamente com aquele ogro, afinal, Cameron possui todas as características que eu deveria evitar em um homem. Suas ironias e raiva desmedida por mim, deveriam ser combustível o bastante para alimentar o fogo que representa a vontade de odiá-lo com todas as forças.

Largo a blusa moletom que segurava, quando percebo que estava apenas jogando as coisas dentro da mochila de qualquer jeito, tomada pela raiva que sinto por estar pensando naquele homem. Caminho até a janela, ao me aproximar deixo a brisa gélida trazer uma sensação de conforto ao atingir a pele quente e suada devido as horas que passei dançando.

Um suspiro escapa pelos meus lábios. Apoio a cabeça nas mãos enquanto observo a rua vazia quase encoberta totalmente pelas sombras, se não fosse a iluminação que provém dos postes de luz. Contudo, algo detém a minha atenção enquanto percorro meus olhos pela rua; encontro uma pessoa parada perto de um dos postes. Estreito os olhos para tentar enxergar um pouco melhor, mas a pessoa está encoberta pelas sombras, parada em um ponto estratégico para que a luz não esteja completamente em cima dela, consigo apenas visualizar seu contorno.

Um arrepio percorre minha espinha, deixando os sentidos em estado de alerta. Parece que essa pessoa está me encarando, mesmo que eu não tenha certeza, sinto que seus olhos estão em mim e isso faz com que o medo desperte com força total.

— Devo estar paranoica. — Balanço a cabeça de forma negativa, e tento fielmente acreditar nessas palavras.

Dou um passo para trás no momento que a pessoa caminha para fora da escuridão, se colocando totalmente em baixo da luz e assim consigo a visualizar com certa clareza.

— Devon. — Seu nome escapou pela minha boca sem que eu pudesse controlar. — Não pode ser — sussurro.

Ele ergue a mão e acena, minha boca se abre mas nenhum som escapa. Estou engasgando com meu próprio grito preso na garganta, formando um bolo. Fecho os olhos com força, como se isso fosse afastar a imagem vívida daquele homem. Mais uma vez sinto como se fosse uma criança com medo do "bicho papão", que sempre fecha seus olhos para que assim o monstro desapareça. Quando reabro os olhos não encontro mais ninguém na rua. Como se o Devon nunca tivesse parado à poucos metros do ginásio acenando como um maníaco.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora