Capítulo • 32

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Eu sei que você acha que seu fogo está se apagando, mas eu ainda vejo
você brilhando
Você tem isso em você
Nem tudo que você ouve deve
soar como a verdade
Porque nenhuma palavra além das
suas pode te definir

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04 de Junho de 2020, algum lugar perto de Washington D

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04 de Junho de 2020, algum lugar perto de Washington D.C, EUA
05:45 p.m.

●●

O que está acontecendo com o violinista? Essa pergunta por mais que seja simples, ecoou na minha cabeça desde que deixamos Nova Iorque para trás.

Quando notei que Cameron estava completamente ciente das suas ações, e não havia sido um acidente, imaginei que em algum momento o ogro surgiria em seu lugar para disfarçar o ocorrido. Todavia, ele não pediu desculpas ou demonstrou qualquer resquício de vergonha pelo seu ato.

Se eu fosse o Dominic iria apelar para o cardiologista, pois o coração acelerou-se ainda mais após nos afastarmos daquele abraço. Com muito custo consegui evitar suas íris perturbadoras até sairmos de Juilliard. Minhas bochechas pareciam que estavam pegando fogo pela intensidade do rubor, e quase desmaiei no momento que sua mão grande e áspera segurou a minha enquanto caminhávamos até o carro. Naquele momento parecia que havia sido teletransportada para dentro de alguma realidade alternativa.

Pelo canto do olho observo minuciosamente seu belo perfil. Cameron é um homem muito bonito, e deve estar ciente desse fato. Todavia,  jeito rude deve afastar a todas. Caramba, por que estou pensando em outras mulheres admirando sua beleza mais uma vez? Acabo por repreender-me e ao mesmo tempo sinto vontade de desferir um tapa contra mim mesma por desenterrar o mesmo pensamento na qual surgiu inesperadamente no dia em que almoçamos juntos pela primeira vez.

Ter desvendado certos sentimentos deve estar influenciando nos mais diversos pensamentos. Engulo o suspiro que ameaça escapar, e como um tique nervoso começo a bater o celular contra a coxa. Antes de sairmos, coloquei uma calça moletom por cima do short e um tênis confortável. Por mais que o violinista tenha tentado disfarçar, a surpresa cintilou em suas íris devido a escolha de minha roupa.

— Mais uma vez perdida em pensamentos.

Sua voz reverbera pelo carro e quase comemoro por não ter me assustado.

— Às vezes pensar um pouco faz bem — confesso. — Desde que não sejam pensamentos horríveis — acrescentei rapidamente após notar sua mandíbula tencionar.

— Prefiro não pensar tanto.

Mordo o interior da bochecha para evitar proferir a pergunta que surge na ponta da língua. As vezes sinto vontade de saber mais sobre o seu passado, mas tenho medo dele ser rude. Ele ter revelado sobre como o violino surgiu em sua vida, foi algo surpreendente. Contudo, ainda não sei "tudo" sobre a megera que o trouxe ao mundo, apenas o pouco que Lúcia e Liah revelaram ao longo desses meses.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora