Capítulo • 35

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Não sabia que eu cairia tão forte
Que meus pés saíram do chão
A gravidade não faz sentido quando você
não está por perto
(...) Eu quero ter tudo com você
E quando você abre seus olhos
Estarei aí ao seu lado

Calum Scott | Biblical

05 de Junho de 2020, Washington D

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05 de Junho de 2020, Washington D.C, EUA
10:00 a.m.

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Apaixonado. Uma palavra, dez letras e infinitos significados. Todavia, uma bela e simples definição para pensamentos piegas os quais ecoam na minha cabeça desde que consegui decifrar meus sentimentos pela bailarina. 

Minha bela bailarina. 

Passaram-se apenas dois dias e parece que minha vida girou em torno de 360 graus, como se fosse uma montanha-russa e nem ao menos pude me proteger, pois o cinto de segurança é inexistente. No entanto, se eu for sincero comigo mesmo, amo viver perigosamente, e tudo relacionado a Thea pode ser considerado perigoso. Como lhe disse anteontem enquanto estávamos na sorveteria: relacionado à ela, sempre tenho certeza das minhas ações um tanto quanto insanas. 

Ainda não consigo acreditar em tudo que está acontecendo entre nós. Era para ser apenas uma amizade, e agora, tudo que penso é no gosto dos seus lábios. Pensar e sentir são duas palavras que possuem uma diferença gritante, pois nada me preparou para a realidade. O beijo aconteceu inesperadamente, em um momento estava abrindo minha alma e lhe contando sobre um passado fodido e, quando me dei conta, nossos lábios estavam selados em um beijo intenso que possuía meses de desejo reprimido. 

E o demônio conseguiu corromper o anjo. Um pensamento de merda, mas essa definição criada para nós por uma mente insana, esteve presente ecoando na minha cabeça desde que meus olhos pousaram na bailarina pela primeira vez. Parecia que uma aura branca estava envolvendo seu belo corpo com aquela roupa de dança justa e, merda, se a escuridão que reside dentro de mim não sentiu vontade de corrompê-la. 

Esse dia parece ter acontecido há anos, e não há quase três meses. Thea McDemott conseguiu fazer o seu estrago positivo dentro mim. Levando em conta a infância fodida na qual fui submetido, me transformei em um homem idiota. E como lhe disse ontem enquanto voltávamos para Washington: isso não justifica minhas atitudes de merda. 

— Só é difícil ser bom quando tudo que conheci enquanto crescia foi violência  — murmuro para mim mesmo.

Maldição.

Um suspiro frustrado escapa e me afasto do carro que estou tentando consertar, ou talvez fazer um milagre, pois o automóvel está completamente acabado, em seus últimos dias de vida por assim dizer. Será complicado explicar para a senhora Reeners que ela precisa dizer adeus ao seu Malibu 1964. Posso até trocar algumas peças defeituosas mais uma vez, mas em poucos dias voltará com novos problemas no carro. Merda, odeio quando isso acontece. Com o dorso da mão limpo o suor escorrendo pelas têmporas. O macacão que estou usando parece estar ameaçando me sufocar, com rapidez desfaço os botões existentes na parte superior até o elástico da cintura, o deixo cair por meus ombros ao retirá-lo e amarro ambas as partes de maneira firme contra meu abdômen, ficando apenas com a regata preta. 

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora