Capítulo • Bônus

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Ele é tão alto e terrivelmente bonito
Ele é tão mau, mas ele faz isso tão bem
Eu posso ver o fim enquanto isso começa
Minha única condição é
Diga que você se lembrará de mim

Taylor Swift | Wildest Dream

24 de Abril de 2020, Washington D

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24 de Abril de 2020, Washington D.C., EUA
07:30 a.m.

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— Eu te avisei! — Bárbara Miller grita pela terceira vez as mesmas palavras. — Mas você não me escuta, tinha que se envolver com aquele mecânico. Quer me matar de desgosto, Thalia Rose Vaughn Miller?

Odeio esse nome. Entretanto, é complicado ser filha de um casal que brigou durante toda gestação sobre qual seria o nome de sua querida filha, Thalia ou Rose. Diante de tamanha dúvida, Elliot Vaughn — também conhecido como meu pai — resolveu colocar os dois, uma maneira um tanto quanto incomum de provocar a senhora Vaughn, tendo em vista que a escolha dela era o nome Rose.

— Mãe, agora não — resmungo baixinho, e escondo o rosto na curva do meu braço enquanto aguardo as náuseas aliviarem.

Possuo quase a certeza de que sou uma mulher azarada, pois esses enjôos eram para ter desaparecido assim que completei quatro meses. Todavia encontro-me com um pouco mais que cinco meses e parece que estou vivenciando novamente as primeiras semanas de gravidez.

Merda.

No momento que me sinto um pouco melhor afasto-me do vaso e dou a descarga. Minha mãe continua reclamando enquanto levanto com um pouco de dificuldade. Todos os dias o mesmo inferno, ela tornou-se ainda mais amarga depois que se divorciou do meu pai há cinco anos. O ar escapa com força por meus lábios, apoio as mãos na pia e encontro o reflexo de uma mulher abatida no espelho, desvio os olhos, frustrada. Abro a torneira para lavar o rosto, em seguida pego a escova e pasta, pareço estar agindo no automático. Nesse ínterim, consegui evitar a senhora Miller e suas palavras ácidas.

— Irá voltar para aquela "espelunca"? — indaga quando termino de secar o rosto na toalha.

— Cale a boca, mãe! — grito, sem conseguir controlar a raiva por ter se referido ao ginásio com descaso. Inclino a cabeça para encontrar seus olhos. — Não irei aceitar que fale dessa maneira. Você pode dizer qualquer coisa sobre mim, mas jamais abra sua boca para se referir ao ginásio. Estou sendo clara?

— Criando asinhas, querida filha? — cospe sarcástica.

— Deveria ter feito isso anos atrás — resmungo baixinho.

— Você é uma vergonha. — Suas palavras me atingem sem qualquer resquício de piedade, meus olhos se fecham ante a dor. — Primeiro, escolheu ser artista plástica, uma profissão ridícula. Segundo, se envolveu com aquele homem que não tem onde cair morto. — Cerro as mãos com raiva, abro a boca para lhe retrucar, contudo ela me interrompe. — Não terminei. Terceiro, foi tão descuidada que acabou grávida. O que eu fiz para merecer isso?

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora