Capítulo • 2

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Não, sua mãe não entende
E seu pai não entende
Tio John não entende
E você não pode contar para a vovó
Porque o coração dela não consegue aguentar
E ela poderia não aguentar
Eles dizem: Não se atreva, nem pense em
Cortar seu cabelo comprido
Você faz o que lhe dizem
Te dizem: Acorda, faça sua maquiagem
Isso apenas é uma fase que você vai superar

Wrabel | The Village

18 de Março de 2020, Washington D

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18 de Março de 2020, Washington D.C, EUA
01:20 p.m.

●●

— Mãe, não sou um bebê! — resmungo.

Esse cuidado excessivo da família, às vezes sufoca, faz com que eu duvide que possa ser independente longe deles. Sempre tive essa sensação, mas isso apenas piorou após as palavras venenosas de Devon se enroscarem em meio aos meus pensamentos. Me sinto ainda mais frágil.

Aquele maldito!

— Minha filha, aprenda uma coisa — pausa dramaticamente e meus olhos se reviram imaginando o que irá falar a seguir —, não importa a idade que você ou seus irmãos tenham, vocês sempre serão os bebês da mamãe.

— Sinto o constrangimento do Diogo e Dominic, que mesmo depois de casados e com filhos ainda são chamados de bebês da mamãe em público. Público, mãe!

Saio do elevador, caminho até meu carro e o destravo. Abro a porta do motorista, após entrar coloco a mochila no banco ao meu lado. Sempre a levo comigo quando vou passar o dia dançando, seja no ginásio ou às vezes na Escola de Ballet da Madame Petrova, minha professora de ballet desde os catorze anos.

Quando iniciei as aulas com cinco anos, havia recém aberto sua própria escola. Na época tinha vinte e sete anos, mas seu nome era conhecido pelos grandes teatros onde se apresentava. Elizabeth Petrova, um anjo na terra encantando a todos com sua bela dança. Lembro-me de sempre dizer para minha mãe que quando crescesse queria ser igual a Elizabeth.

— Thea.

— Oi. — Desperto dos desvaneios com a voz preocupada de minha mãe.

— Está tudo bem?

— Sim  — minto. Coloco a chave sem movê-la, recosto o corpo contra o banco. — Você estava dizendo sobre sermos seus bebês.

— Você quer mudar de assunto, irei respeitar, filha. Saiba que sempre estarei aqui para você, não apenas como mãe, mas como uma amiga também.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora