AVISO: Não desisti da história, porém não tenho previsão de quando irei postar novos capítulos.
•| Irmãos McDemott - Livro 3
➜ +16 • A história aborda violência (física e psicológica), ataque de pânico, crise de ansiedade e palavras de baixo calão...
Quando estou sozinha, eles aparecem por vontade própria Porque demônios interiores lutam as suas batalhas com fogo Demônios interiores não jogam pelas regras
Julia Brennan | Inner Demons
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06 de Abril de 2020, Washington D.C, EUA 08:40 a.m.
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Sinto a cama se mexer, contudo ignoro, até alguém balançar meu corpo delicadamente. Apenas continuo ignorando e tento continuar a dormir.
— Thea, acorda. — A pessoa insiste. — Seu celular está tocando.
— Merda, Heather — resmungo, abro um olho e depois o outro, ainda sinto o corpo cansado.
— Desculpa... Você não tem que dar aula hoje?
— Tenho. — Sento de uma vez na cama, pego o celular e meus olhos se arregalam ao ver que estou atrasada, mas não é isso que me assusta e sim as duas chamadas perdidas da Marise. — Inferno!
Pulo da cama e corro para o banheiro, o sono parece ter evaporado; em seu lugar surgiu o medo. Nunca me atrasei para uma aula desde que as iniciei, e Marise ter ligado apenas aumenta o medo e vergonha.
Minutos depois saio do banheiro enrolada em uma toalha, Heather está sentada na cama mexendo em seu celular. Ontem veio jantar comigo e acabei a convidando para ficar e dormir, pois havia muito tempo que não tínhamos esse momento apenas nosso.
— Você está bem? — pergunta, Heather. — Essa madrugada...
— Tive outro ataque de pânico — completo. — Essa será apenas minha terceira semana consultando com a Phoebe, sequer me iludi achando que os ataques de pânico iriam desaparecer magicamente. — Dou de ombros enquanto escolho a roupa que irei usar hoje, opto por uma calça de lycra e uma regata com um cropped de malha quase transparente por cima.
Passaram-se duas semanas desde que tudo aconteceu, ironicamente os dias se passaram rápido, e depois daquela noite não me esbarrei mais com Cameron; ele simplesmente sumiu, sequer apareceu no ginásio para tocar. Entretanto não poderia simplesmente parar minha vida por causa dele. Depois de travar algumas batalhas comigo mesma, resolvi trazer a tona o que havia pedido para Heather no dia que lhe revelei sobre o Devon. Precisava de ajuda, e sabia que ela me ajudaria sem sequer pestanejar.
Por isso tenho orgulho de dizer para mim mesma que estou consultando com uma psicóloga duas vezes por semana, algo que pensei que não conseguiria fazer: conversar com outra pessoa. No primeiro dia apenas sentei na frente de Phoebe e fiquei encarando minhas mãos sem conseguir abrir a boca para falar, ela respeitou meu tempo e não se importou em ficarmos em silêncio por quase uma hora, aos poucos fez algumas perguntas leves, sobre minha família e amigos, com muito custo consegui lhe responder.
