Gostaria de saber antes o que eu sei agora
Gostaria de poder de alguma forma
voltar no tempo
E talvez ouvir o meu próprio conselho
Eu diria para ela falar, diria
para ela gritar
Para falar mais alto, para ser
mais orgulhosaLittle Mix | Little Me
07 de Abril de 2020, Washington D.C, EUA
11:05 p.m.●●
Sorvo um gole do chá e aperto a caneca entre as mãos, como se o calor dela contra minhas palmas pudesse me distrair de certos pensamentos que estão perturbando minha mente desde que cheguei em casa. Estou encolhida no sofá, bebendo chá e observando através da janela, algo tão clichê. Como se não bastasse, os pensamentos sempre voltam até ele, para completar o pacote.
Se eu dissesse para alguém que o dia de hoje foi estranho, seria o eufemismo do século. Estranho é uma palavra fraca para definir tudo que aconteceu. Tudo parecia fruto de um sonho criado pela minha mente para aliviar os terrores noturnos, como se a existência de um Cameron bom, pudesse me ajudar.
— Sou uma tola — falo antes de levar distraidamente a caneca aos lábios para beber mais uma gole. Uma série de palavras nada bonitas escapam pelos meus lábios ao queimar a língua.
Coloco a caneca na mesa ao lado do sofá, abraço as pernas e apoio o queixo nelas. Meu corpo está cansado após as horas dedicadas à dança, contudo não consigo dormir.
Depois que chegamos no ginásio, o violinista acompanhou-me até a minha sala. Ele perguntou o que eu iria dançar dessa vez, e antes que pudesse filtrar minhas palavras, acabei revelando sobre a coreografia criada para a audição. Citar a audição talvez não tenha sido algo inteligente, pois ele ficou estranho durante alguns segundos antes de disfarçar e questionar parecendo interessado como era a coreografia.
— Se você quiser assistir... — Meus olhos se arregalaram diante da surpresa, e mais uma vez não consegui controlar minhas palavras.
Fecho os olhos, como se pudesse sentir essa vergonha novamente. Fui tola ao propor algo assim, mas ele surpreendeu- me ao concordar. Naquele momento as malditas borboletas surgiram outra vez, coloquei a música e ignorei tudo ao meu redor, como sempre fazia. Sentia meu corpo queimar e o motivo estava parado a poucos metros sentado no chão observando-me dançar. Quando o último acorde da música soou, o som de palmas levou minha atenção até ele.
— Uau! Não sei nem o que falar, bailarina — disse rouco, seus olhos escuros, intensos.
— Não acha que está exagerada? — perguntei timidamente. — Modifiquei ela muitas vezes, ainda não me sin...
— Está perfeita, baby.
Mordo o lábio para segurar um sorriso, sinto o rosto quente como se estivesse revivendo essa cena. Baby. Uma simples palavra que escapou e igualmente me derrubou. Cameron não queria a dizer, notei isso quando seus olhos se arregalaram por breves segundos e ele saiu da sala murmurando apenas um preciso ir. Poucos minutos depois o som do violino preencheu o silêncio no ginásio. A melodia forte, e nada clássica a não ser pelo instrumento, indicou que seus pensamentos estavam perturbados demais para tocar algo leve.
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Aceitando um novo Amor (03)
RomanceAVISO: Não desisti da história, porém não tenho previsão de quando irei postar novos capítulos. •| Irmãos McDemott - Livro 3 ➜ +16 • A história aborda violência (física e psicológica), ataque de pânico, crise de ansiedade e palavras de baixo calão...