Capítulo • 34

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Peguei um caminho errado,
uma ou duas vezes
Cavei a minha saída, foi um inferno
Decisões ruins, sem problema
Bem-vindo à minha vida tola

P!nk | F**kin' Perfect

05 de Junho de 2020, Washington D

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05 de Junho de 2020, Washington D.C, EUA
07:50 p.m.

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— Thea, não tem nada para nos contar? 

A pergunta do Diogo interrompe a conversa de todos sentados à mesa, se um alfinete cair no chão será possível ouvir o momento exato de sua colisão com a superfície sólida. Ergo lentamente a cabeça e, se uma olhada pudesse ferir fisicamente, a expressividade negativa presente em meus olhos o transformaria em cinzas.

— Filho? — Nossa mãe o observa, confusa.

— Me lembrei de algo interessante, mãe. — Apoia o queixo em suas mãos, as íris escuras parecem cintilar. O safado está se divertindo. — Esqueci de avisá-los que conheci o famoso Cameron pessoalmente.

Quantos anos de prisão eu pegaria por assassinar o meu irmão? É uma pergunta bastante irônica, levando em conta que ele é um advogado.

Suas palavras ecoaram pelo cômodo, consigo sentir a tensão espalhar-se no ar deixando-o pesado. Merda, Diogo. Seguro o garfo com tanta força que preciso me refrear antes de ceder a vontade de jogá-lo na direção do idiota ostentando um sorriso presunçoso. 

— Cameron? — O senhor McDemott proferiu lentamente enquanto pousava a taça de vinho na mesa, percebo o momento exato em que compreende o significado da fala de seu primogênito. — "Aquele" Cameron.

Todos os olhos voltam-se para mim, engulo em seco enquanto tento impedir-me de levantar e correr para longe de todos esses olhares repletos de curiosidade e talvez mesclado ao ciúme — vindo dos homens da família. No dia em que a família perguntou sobre o violinista, após Diogo ter contado a todos em meio ao seu surto de pai ciumento, pude sentir a vergonha rastejar pelo meu corpo. Todavia, o que difere aquele momento desse é que ninguém havia o conhecido pessoalmente, além de Angel e as crianças. 

Reviro os olhos mentalmente, pois o destino poderia ser chamado de "diabinho", foi sádico o bastante por ter colocado Diogo e Cameron diante um do outro, de todos os integrantes masculinos da família, justo ele. Se fosse o Dominic, iria aproveitar o momento para provocar-me e em seguida apelar para o cardiologista. Papai poderia testar o violinista, sua expressão neutra e com um toque de frieza desperta o medo em muitas pessoas. E Jonathan... Bom, talvez Cameron poderia ganhar um olho roxo e algumas costelas quebradas.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora