Capítulo • 28

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Garota, eu penso em você todo dia agora
Houve um tempo em que eu não tinha certeza
Mas você acalmou minha mente
Não há dúvida de que você está no
meu coração agora

Guns N' Roses | Patience

02 de Junho de 2020, Washington D

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02 de Junho de 2020, Washington D.C, EUA
07:30 a.m.

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— Querido, não está atrasado para o trabalho?

— Estou — respondo sem olhar na direção da senhora enquanto coloco os coturnos. Quando termino a encaro, meus lábios curvam-se num sorriso travesso. — Sorte a minha que Bryan é meu amigo.

— Como ele está?

— Ansioso para a chegada de seu filho. — Pego Alicia no colo, a pequena estava estendendo os braços na minha direção com ímpeto.  — Vou ter que aguentar seu mau humor hoje. Essa madrugada Liah lhe deu uma tarefa quase impossível.

Ah, os desejos de uma grávida. — Solta uma risadinha. — Ele conseguiu realizar essa tarefa?

— Sim. — Finjo querer morder a mão de Alicia que está tocando meu queixo, ela começa a gargalhar e isso faz o coração galopar dentro do peito.

— Tem notícias da Thea? Faz tempo que não recebo uma visita dela.

Apenas em ouvir o nome dela, minha mente maldita insiste em trazer com clareza sua imagem imaculada e perfeita. Porra, me sinto como um homem repleto de piegas controlando suas ações e pensamentos.

Nossas aulas — sejam de violino ou as de balé que infelizmente arrependo-me de ter aceitado —, se tornaram meu próprio inferno pessoal. Estar perto dela, ouvir a risada melódica quando não dou conta de realizar alguns passos fáceis, sentir o cheiro doce de seu perfume no momento que se aproxima para mostrar algo e, não poder tocá-la como desejo, são a pior forma de castigo.

— Ela está ocupada com o treino. — Limpo a garganta e desvio os olhos. Lúcia está me observando abertamente, buscando algo. — A audição para aquela escola é depois de amanhã.

— Meu Deus! Havia me esquecido. — Ergo os olhos, sua boca está pressionada numa linha firme. — Ela deve estar se sentindo nervosa.

— Sim.

A conversa que tivemos essa madrugada surge com clareza na minha cabeça. Quando ela disse que não estava bem, uma súbita vontade de pegar a moto e dirigir até seu apartamento, irrompeu em meio as emoções. Embora essa atitude impulsiva poderia me rotular como um homem insano; não que eu já não seja completamente insano, apenas por estar pensando na bailarina com mais frequência que o normal.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora