Capítulo • 3

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Estou de saco cheio de toda essa má sorte
Ouvir mais um: Mantenha sua cabeça erguida
Isso nunca vai mudar?
Então me deixe apenas desistir
Então me deixe apenas deixar ir
Se isso não é bom para mim
Bem, eu não quero saber

Katelyn Tarver | You Don't Know

18 de Março de 2020, Washington D

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18 de Março de 2020, Washington D.C, EUA
04:15 p.m

●●

— Thea.

Ergo a cabeça e encontro Marise encostada na porta com um leve sorriso nos lábios. Levanto do chão onde estava fazendo um alongamento, antes de dançar um pouco. Assim que a reunião encerrou-se — acabou se estendendo mais do que esperávamos — uma das professoras chegou para conversar com ela.

Enquanto estava ocupada, subi as escadas até a minha sala, nesse momento pedi para que Henry e Caleb ficassem no primeiro andar, gosto de ficar sozinha enquanto danço, mesmo que eles sempre me repreendam por isso.

Sinto o coração se aquecer ao observar as barras e espelhos mais uma vez. O pequeno armário no canto da sala contém o mais importante, as roupas de ballet que serão entregues amanhã para os alunos.

— Está me chamando tem muito tempo? — pergunto ao caminhar até o som para desligá-lo.

— Não, cheguei agora. Hoje iremos fechar o ginásio mais cedo, mas como havíamos combinado, você pode ficar aqui igual os outros dias.

— Obrigada. Vai ser bom para treinar a coreografia.

Acabo proferindo de forma desanimada. Mais uma vez o desânimo está presente em minha voz quando cito algo relacionado a Juilliard. A audição presencial com uma coreografia solo de moderno criada por mim, será daqui dois meses no dia quatro de junho e simplesmente não estou animada.

Desde que fiz a inscrição no final do ano passado no início de dezembro e participei da primeira etapa presencial no início de fevereiro de ballet clássico — que se resumiu em exercícios de barra e centro, porém sem o uso da sapatilha de ponta —, não me senti animada, parecia que estava fazendo tudo no automático, mesmo assim fui classificada para a próxima etapa.

Esse dia foi tenso para muito dançarinos, o professor que estava avaliando era bastante rígido, se achasse que alguns dançarinos não possuíam competência técnica o suficiente eram convidados a se retirarem no meio do teste. Nem mesmo essa tensão despertou-me alguma emoção.

— Querida — Marise se aproxima e pega minhas mãos no momento que está próxima o suficiente —, por que sinto você tão triste quando fala sobre Juilliard? Não quer ir?

— Sinceramente, não sei. — Suspiro. — Por muitos anos esse foi o meu sonho, mas agora que chegou o momento real, não me sinto animada. Parece que é um erro. — Balanço a cabeça negativamente. — Não sei o que está acontecendo comigo.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora