Capítulo • 26

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Todo este tempo, não posso acreditar
que não conseguia ver
Mantida na escuridão, mas você estava
ali, na minha frente
Parece que estive dormindo por mil anos
Tenho de abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento, sem uma voz,
sem uma alma
Não me deixe morrer aqui
Deve haver algo mais do que isso
Me traga à vida

Evanescence | Bring me to life

02 de Junho de 2020, Washington D

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02 de Junho de 2020, Washington D.C, EUA
01:50 a.m.

●●

— Você é um monstro — murmurei.

— Sempre fui. Você apenas conseguiu ver o que eu queria te mostrar, bonequinha — Devon falou enquanto acariciava minha bochecha, medo e nojo rastejaram pelas minhas veias.

Meus olhos se abrem ante esse pesadelo tão vívido, como se pudesse ouvir sua voz sussurrando no meu ouvido. Sento na cama rapidamente, antes que a respiração se torne ainda mais ofegante, inicio a contagem que Phoebe ensinou quando começamos com a psicoterapia após diagnosticar com clareza o que eu tinha naquela quinta consulta.

— Um... Dois... Três... — A cada número inspiro pelo nariz e solto o ar lentamente pela boca.

No momento que a respiração se torna estável, encerro a contagem em vinte. Um breve sentimento de orgulho irrompe em meio às minhas emoções conturbadas, antes essas contagens apenas encerravam-se em trinta ou quarenta.

Estendo a mão e acendo o abajur, ao conseguir visualizar as horas no pequeno relógio emcima da mesinha, solto a respiração frustrada. São apenas duas horas da manhã e o cansaço ocasionado pelo treino de ontem com a coreografia da audição parece percorrer de maneira permanente cada músculo existente em meu corpo.

Não consigo compreender o motivo na qual pode ter levado-me a despertar esse pesadelo com Devon. Todavia, deveria ter em mente que apenas alguns dias sem acordar em meio a um ataque de pânico, não significaria que estava livre das memórias com aquele desgraçado.

Embora imagino que minha mente seja extremamente sádica. Esse breve ataque de pânico o qual consegui controlar antes que se intensificasse, deve ser um modo dela mostrar que não estamos livres.

— Um dia conseguirei me livrar de você — declaro para o silêncio no quarto.

Passo as mãos pelo rosto e no momento que toco a bochecha — a mesma que ele tocou naquele dia e pude reviver poucos minutos atrás —, o estômago se revira. Ao encarar minhas mãos sou levada para dentro de outra lembrança.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora