Capítulo • 24

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Toda a estrada é uma ladeira escorregadia
Há sempre uma mão que você pode segurar
Olhando bem fundo pelo telescópio
Você pode ver que o seu lar está
dentro de você
Apenas saiba, onde quer que vá
Não, você nunca está sozinho

Jason Mraz | 93 Million Miles

03 de Maio de 2020, Washington D

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03 de Maio de 2020, Washington D.C, EUA
02:50 p.m.

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Às vezes consigo imaginar o tempo e o destino sentados lado a lado conversando sobre a vida de cada pessoa. Por muitas vezes o tempo se diverte quando notamos que tudo está passando rápido demais, e o destino, enquanto sorve o seu café, deve achar maravilhoso as peripécias* causadas pelo seu fiel companheiro.

Nunca imaginei que organizar uma festa de aniversário infantil fosse tão trabalhoso, por mais que seja pequena. Agora consigo compreender o motivo pelo qual levou Angel a começar com os preparativos do aniversário de Hope meses antes. Sinto-me um pouco aliviada por não ter sido apenas eu e Lúcia as únicas responsáveis pela organização, poucos dias depois consegui acrescentar Heather e Liah ao nosso time.

O tempo não esteve do nosso lado em nenhum momento durante os dias cujos quais se passaram. Isso leva-me a pensar que ele deve ter nos lançado um olhar de desdém, sacudido os ombros como quem não está ligando para nada, e continuado a andar normalmente ignorando o desespero aparente em nossas faces.

— Onde estão os balões?!

— Thea, eles estão dentro da casa — responde Liah, calmamente. A morena está colocando os docinhos emcima das mesinhas perto do painel. — Calma!

— Ela está a um passo de surtar — declara Heather enquanto arruma os arranjos de flores artificiais nas poucas mesas que alugamos para os convidados.

— Como podem estar tão calmas?! Tivemos poucos dias para arrumar tudo.

Heather está certa, estou a um passo de surtar. Ao entrar na casa encontro os balões arrumados perfeitamente como imaginamos — por dentro um balão rosa e por fora o transparente — no canto da sala, estão amarrados aos caules das flores artificiais cor-de-rosa as quais encontram-se no interior dos dois vasos de cerâmica branca.

— Bailarina, você não está pensando em levar esses vasos sozinha, ou está? — A voz masculina reverbera pelo cômodo vindo por trás de mim.

Engulo em seco antes de girar lentamente nos calcanhares, ao mirar o belo rosto do violinista encontro o característico sorriso irônico estampando sua face.

— Acha que não consigo? — acabo blefando.

— Irei poupá-la de passar vergonha.  

Se aproxima devagar, quando estamos a poucos centímetros distantes um do outro, tento controlar as malditas emoções que surgiram com mais intensidade dentro de mim durante esses dias.

Aceitando um novo Amor (03)Onde histórias criam vida. Descubra agora