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Eu não era muito de generalizar, mas foi realmente o que eu consegui ler dele, até poderia estar errada, mas achava realmente difícil. Meus pensamentos foram interrompidos, com o segurança, amigo da Gabi, chegando perto dela e falando algo em seu ouvido, que apenas assentiu.

— Vamos— ergueu uma das mãos na minha direção, eu peguei e ela me guiou na direção de um elevador que ficava dentro de um corredor meio escuro, que eu nem tinha me dado conta que existia. Entramos e o segurança apertou dois botões.

— Eu vou ter de sair aqui. Pode ir lá e bater na porta do escritório, ela já está esperando vocês— disse e então a porta do elevador se abriu, revelando um outro ambiente, também muito luxuoso, porém com uma quantidade menor de pessoas, era mais reservado, com mesas espalhadas, eu consegui ver um tipo de palco no centro.

— Uau, qual é a desse lugar?— Perguntei pra Gabi assim que as portas do elevador se fecharam.

— É aí que rola a putaria, na verdade é nesse andar que eu trabalho, eu gosto, dos shows de stripper.— eu a olhei, então era nesse andar que rolava a prostituição.

Chegamos no quarto andar e as portas do elevador se abriram revelando um tipo de salão de jogos, realmente aqui tinha tudo, diferente dos outros lugares, aqui era mais calmo, na verdade, quase não havia ninguém, apenas alguns homens, de terno, conversando enquanto bebiam e jogavam roleta, a maioria se virou para olhar para nós, eram olharem de malícia, que davam medo.

Ao final do salão, havia uma porta, caminhamos até lá e Gabriela bateu na porta e escutamos um breve "entra" e assim fizemos, a sala era bonita, um escritório normal, a mulher a minha frente anotava algo em uma agenda e em seguida levantou o olhar para nós no momento em que fechei a porta.

— Olá, então você é a amiga que está precisando de ajuda?— ela se levantou da sua cadeira e caminhou até mim, me analisando— prazer, Marisa— ergueu sua mão e eu peguei, balançando brevemente.

— Ana luz— disse meu nome e nós largamos as mãos.

— Ana Luz, é um nome lindo, como a dona— disse voltando a sua cadeira e sentando— Bom meninas, eu não tenho boas noticias, embora eu seja a sócia, eu não sou a única dona daqui, eu até posso contratar quem eu quiser mas no momento estou proibida por um tempo indeterminado— Eu suspirei pesadamente, percebendo o olhar das duas em mim, eu rezei tanto pra dar certo— Aconteceu algo esses dias sabe, eu não posso dizer pra vocês mas saiba que não é má vontade, eu gosto de você Gabi, seu pai é meu amigo e eu já gostei muito de você Ana Luz mas realmente não posso ajudar, a única coisa pra qual eu sempre tenho vaga, acho que não te interessaria, e eu entendo.

— Sim, me interessa.— disse depois de olhar brevemente nos olhos da Gabi, eu já podia sentir as lagrimas querendo sair.

— Você tem certeza? eu não julgo ninguém, você já é maior de idade né, é bonita, vai chamar a atenção, eu não sou hipócrita, renderia um bom dinheiro pra mim, se você quiser eu não tenho empecilhos.— Gabi pegou na  minha e deu um pequeno aperto, como se me passasse conforto.

— Tudo bem, eu aceito— Deixar meus irmãos na rua está fora de cogitação.

— Marisa, eu sei que você tem quantias consideráveis aqui, a Ana só quer aceitar isso pois precisa de um valor pra essa semana ainda— Gabi disse ainda segurando minha mão— e se você emprestar o valor e der um prazo? se ela não pagar, aí ela faz programa.— eu olhei para Marisa em expectativa, queria muito que ela aceitasse essa proposta.

— De quanto você precisa?— ela me olhava com pena e esse fato me contrangia ainda mais

— 20 mil— esse era o suficiente para pagar as parcelas atrasadas da hipoteca e outras contas que temos e ainda sobraria bastante.

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora