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                          Ana Luz

                                   14:40, Terça-feira.

—Você pode pegar mais um se quiser— olhei pra Beatriz que olhava admirava os laços na nossa frente, ela me olhou com os olhos brilhando e apontou para mais um, eu peguei e segui para o caixa, logo pagando e finalmente saindo da loja.

Estávamos em um shopping, eu vim comprar um presente para Gabriela, pois seu aniversário iria ser no sábado e como vou ter que passar na Luxus hoje para finalmente pegar o dinheiro, aproveitei a saída, e como a Maria estava ocupada fazendo um trabalho de escola e não pode ficar com as crianças, eu os trouxe pra passear.

Minha tia ainda está internada, o médico preferiu deixá-la no hospital,  pois lá ela tem um suporte e cuidados que não tem em casa, começamos a acelerar as coisas para a cirurgia, no momento estou tentando contato com um anestesista de confiança do doutor, talvez ele faça alguns valores especiais, já que infelizmente no hospital não consegui quase nada de descontos.

— Você vai deixar a gente lá?— Beatriz apontou pro parquinho que tinha aqui, na verdade era uma espécie de creche sei lá.

— Sim.

Iria gastar um dinheiro a mais deixando eles aqui, mas parecia seguro e eles aproveitariam pra brincar e se divertir com os brinquedos e outras crianças, até porque eu definitivamente não quero levá-los até a boate, mesmo estando de dia, lá ainda tinha um clima pesado, pessoas de todo tipo iam lá a todo momento e eu gosto de deixar os meus irmãos o mais reservados possível.

— A gente vai poder brincar em todos Luz?— Enzo perguntou, praticamente pulando em expectativa.

— Sim— sorri em sua direção, era tão satisfatório ver eles sorrindo assim, era fato que dinheiro trazia felicidade, ele não era a felicidade exatamente mas era o que muitas das vezes conseguia proporcionar tal sensação— eu vou deixar vocês aí, vou buscar uma coisa em um lugar aqui perto e volto pra ficar mais com vocês, tá bom?— eles assentiram e Enzo praticamente queria correr até o parque.

Lá eu constatei o que já pensava, era caro e cobravam por hora. Fiz todos os tramites, assinei as coisas e deixei meu contato, logo depois me despedi dos meninos e comecei a caminhar até a saída do shopping.

(...)

Entrei no elevador bastante ansiosa, é bem estranho saber que vai pegar uma grande quantidade de dinheiro assim, em espécie, mesmo sabendo que mal vou pegar nele e já ter todo o seu destino, ainda assim, a sensação era estranha e boa, segui até o escritório da Marisa, ela já me esperava.

— Oi, boa tarde— cumprimentei algumas pessoas no caminho, até finalmente chegar na sua porta dar duas batidas até ter a permissão para entrar.— Oi

— Oi, tudo bem?— eu assenti, observando sua feição, Marisa parecia nervosa.

— Tudo bem, e com você?— perguntou depois de apontar para a cadeira na frente de sua mesa, para que eu sentasse, assim fiz.

— Está tudo bem.

— Ana, tenho uma noticia ruim pra você.— que droga, o que seria agora?— ele deixou só 10 mil— a encarei desacreditada.

— Como assim? Você disse que eu não teria problemas em relação ao dinheiro com com ele, porque ele era podre de rico.

— Sim, mas melhor do que eu, você deve estar sabendo o que está acontecendo— o que? Como eu poderia saber?

Nem conheço esse cara e depois de toda a confusão da última vez que nos vimos, eu ainda não tive noticias dele, ainda bem, ele não me procurou esses dias, eu estranhei mas agradeci, pois precisava me recuperar fisicamente e precisava raciocinar melhor tudo o que ele me disse, bom, como resultado, eu só consegui pensar que ele realmente era meio doido e eu estava temendo não só por mim mas pela minha família, já que agora ele sabia até onde eu morava.

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora