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Continuação...

Arthur Ferrari

— Você não tem noção do quanto eu tô me segurando pra não acabar contigo.— eu via as lágrimas nos olhos dela e não senti nada, queria ela se arrependendo de tudo que fez hoje, na verdade queria ver ela sofrendo.

— Me desculpa, me desculpa por favor, eu fiz merda, não pensei direito, ai meu Deus, eu quero, eu vou cair.— ver ela bêbada estava me dando mais ódio ainda— Arthur, olha, eu...

— Cala a porra da boca, tá bêbada caralho, que porra tu fez hoje aqui? O que tu tomou?— ela desviou o olhar, me dando certeza que fez algo errado— FALA PORRA.

— É pra eu falar ou calar a boca?—  eu juro que me segurei mas automaticamente minha mão deu um tapa da coxa nua dela, tentei ao máximo que não fosse muito forte mas sabia que não tinha conseguido, ela se assustou e tentou se afastar.

— Eu não tô pra brincadeira, achei que tu já soubesse disso, tô me segurando pra não acabar com a festa lá fora, ir até a tua casa e pegar teus irmãozinhos pra passar um tempinho comigo, acho que tu já sabe que eu tenho poder pra isso.— vi em seus olhos levemente arregalados se passarem um pouco de lucidez quando toquei no assunto dos irmãos, eu não estava mentindo, eu não sou o tipo de pessoa que se brinca.— Alguém precisa pagar pela tua desobediência!

— Arthur, para— as suas lágrimas começaram a rolar mais rápido em seu rosto— para de falar deles, me desculpa, nunca mais vou fazer isso, tá bom? Eu prometo.

— Nunca mais vai fazer isso mesmo, eu vou me certificar que essas ideias nem passem mais pela tua cabeça!— peguei em seus cabelos de forma bruta, era meu instinto, eu nem tava me importando, era a minha raiva gritando e eu nem percebia se tava ou não machucando, mas a julgar pela feição dela, meu aperto tava doendo sim, e muito.

— Seja lá o que for, faz comigo, minha família não tem nada a ver com isso— foi involuntário não pensar em mil coisas que eu poderia fazer com ela, pra me vingar e lembrá-la muito bem do que sou capaz e que ela me deve obediência, todas as opções me excitavam demais.

— Arthur, já deu, vamos!— João apareceu na porta, me olhando em advertência, quem ele pensa que é? Nos meus braços senti ela ficar mais relaxada, que porra é essa que ela fica relaxada na presença dele?— Por favor.— ele completou, me fazendo respirar fundo.

— Espera aí caralho— eu tava irritado ainda, não conseguia agir diferente, esse era eu, e sabia que o João me conhece o suficiente pra saber disso, por isso nem insistia comigo. Ele fechou a porta novamente e eu voltei meu olhar pra ela me aproximando mais, indo até seu pescoço, antes segurando as laterais do seu rosto— não mente pra mim!— avisei, sentindo o seu cheiro, ela se arrepiou e eu não tinha certeza se era por medo ou por outra coisa. Respirei e infelizmente senti o que tava tentando achar, meu sangue voltou a ferver dentro de mim, minhas mão estavam em cada lado do seu rosto e eu sabia que tinha começado a apertar.

— Ai, tá machucando, para por favor.— ela só chorava, me dando mais ódio ainda, odeio quem fica se fazendo de inocente depois de fazer merda.— Arthur, por favor— por que ela tinha que falar meu nome sempre como um gemido? Me causava um bagulho mó estranho.

— O que tu fez Ana Luz? Que porra tu fez?— ela me olhou confusa, vendo que eu estava prestes a explodir— tu tá cheirando inteira a macho, eu vou te matar!

— Eu não fiz nada Arthur, nada— ela tava super assustada, tentando permanecer em pé pois parecia estar sem equilíbrio, não tenho ideia do porquê ver ela bêbada me incomodava  tanto— eu juro— ela sussurrou a última parte tentando se afastar um pouco mas voltei uma das mãos para os seus cabelos e de maneira forte virei seu rosto mais pro lado, a cheirando de novo— é uma festa que tava lotada, todo mundo tá com cheiro forte.

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora