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   Continuação...
                           Ana Luz
                                          21:15
    
                                          
— Se alguém falar algo, manda se ferrar, ninguém paga as suas contas.— Maria falou, eu estava falando parcialmente com ela, sobre eu "estar ficando" com um cara e ele vem me buscar em casa, estava dividindo com ela a minha insegurança de começar a ser mal vista no bairro e tudo mais, queria que ao menos ela não julgasse nada sem saber.

— É, mas o meu problema é o que vão falar para minha tia, você sabe, esse povo e maldoso.

— Acho que você tá se preocupando muito e atoa, pelo que sei, sua tia não é de julgar as pessoas, acho que não vai rolar isso justo com você— a analisei, eu estava lavando a louça do jantar e ela estava limpando a mesa.

Eu já estava quase toda arrumada, na verdade só faltava me vestir, tinha  tomado banho e já tinha praticamente terminado a maquiagem mas tive que parar um pouco, pra lavar a louça do jantar, até porque a Maria já faz muito por mim, porém ela é contratada pra ficar com as crianças e não empregada doméstica, tudo o que ela ainda faz, é porque é uma boa menina e gosta de ajudar.

— Você acha mesmo?— esperava muito que ela estivesse certa.

— olha, acho que sim viu.

Terminei o meu serviço e voltei pro quarto pra me vestir, hoje optei por um short saia cintura alta na cor branca e um top da mesma cor, parecia até um conjuntinho, minha barriga aparecia bastante e o top era sofisticado mas ainda assim meus seios estavam mais expostos, fazia tempo que não usava ele mas hoje estava com autoestima suficiente, é só não me olhar muito no espelho pra não desistir.

Eu era desse jeito com fotos também, as vezes tiro uma e acho bonita mas conforme eu vou olhando muito a foto vai ficando feia. Depois de arrumada me senti bem bonita o salto era simples também.

Meu celular tocou e eu vi nome na tela, me causando nervosismo imediato e uma certa ansiedade digamos assim, atendi no segundo toque.

— Tô aqui na frente— disse apenas, logo desligando, respirei fundo, antipático, peguei minhas coisas e saí do quarto.

— Tô indo gente— Todos já estavam devidamente alimentados e arrumados para dormir, assim como já tinha conversado com eles.— tudo certo né?

— Sim!— Bia e Enzo responderam em uníssono.

— Ótimo, tchau— dei beijo nos dois— Tchau Maria— segui meu caminho até a porta, logo saindo.

Daqui já podia observar o carro dele parado na frente, vidros escuros e fechados, atiçando ainda mais a curiosidade dos outros, conseguia ver também algumas pessoas olhando fixamente pro carro, era sexta feira a noite, o bairro estava movimentado, a praça mais a cima deveria estar cheia, meu bairro é bem populoso e agitado aos finais de semana pois tem uns bares perto e uma casa de show também.

Segui meu caminho, saindo pelo portão e o fechando em seguida, assim que me virei meus olhos bateram direto com o de dona Dalva, uma das mais fofoqueiras daqui, ela me olhou curiosa e eu apenas decidi seguir até o carro para sair o mais rápido possível daqui.

Cheguei próximo ao carro e ouvi o barulho de destravar, abri a porta da frente e entrei, logo sendo invadida pelo cheiro forte e másculo que exalava alí dentro, não era um forte irritante era um cheiro forte excitante sabe? Ele estava realmente cheiroso, tive que olhá-lo e me arrependi no mesmo momento, ele era tão bonito que me irritava, estava muito claro que ele acabou de tomar banho e se arrumar, pelo jeito impecável que ele estava.

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora