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Ana luz

                             Domingo, 11:06

A minha cabeça estava doendo muito, meu corpo doía, forcei meus olhos a se abrirem e quando o fiz, não teve muita diferença, o quarto estava todo escuro, observação: eu tenho um pouco de medo de escuro. Meus olhos foram se acostumando com a escuridão e eu comecei a enxergar as formas no quarto, percebi a claridade um pouco mais aparente no lugar a minha direita, presumi ser a janela.

Forcei minha memória do dia anterior, não lembrava de tudo mas lembrava dos pontos mais importantes, primeiramente eu me divertindo com meus amigos, depois eu começando a ficar alterada, fiquei com um desconhecido e depois com o Rodrigo, acho que foi isso, aí pra finalizar/destruir com a minha noite, o Arthur apareceu.

Com dificuldade mexi meu corpo tentando me levantar, foi difícil, meu corpo tava pesado e travado, sentia que minha cabeça iria explodir, e sinceramente não sabia se era pela ressaca ou pelos puxões de eu lembrava que o Arthur tinha dado.

Andei até a janela e abri um pouco da cortina grossa, logo vendo a leve claridade e reflexo do sol invadirem o quarto frio. Olhei pela janela vendo um pequeno jardim e observei um pouco do terreno que meus olhos alcançavam, ele realmente morava em uma mansão, o lugar lá fora também parecia enorme, eu infelizmente não conseguia me lembrar como era a casa por dentro, sendo bem sincera, eu não lembro nem como entrei nessa casa e como fui parar na cama.

Meu olhar foi até o enorme corpo deitado na enorme cama em um sono profundo. Se me restava alguma dúvida de que ele era maluco, ontem foram sanadas, ele realmente é um louco psicopata e por mais que eu goste um pouquinho do que ele me faz sentir em momentos específicos, no geral eu o bem queria longe de mim e de todos que eu amo.

Eu estava com medo do que ele ainda faria comigo, tendo me trazido pra casa dele e falado que eu iria me arrepender do que fiz, deixava claro que ele ainda iria fazer algo e eu estou sozinha com ele aqui.

Sabia que ele não tinha me tocado ontem mas depois daquilo que ele fez comigo, não posso negar meu medo dele passar dos limites de novo, na verdade, sendo mulher eu não posso negar o medo eminente de ser abusada por qualquer um do sexo oposto.

Isso me fez caminhar rapidamente até a porta entreaberta, que eu sabia ser o banheiro, fechei a porta e me olhei no grande espelho, ainda estava com as mesmas roupas de ontem, meu rosto estava um pouco vermelho, minha pele parecia meio sensível, também observei rapidamente minha coxa direita e a marca quase roxa que tinha nela, suspirei angustiada. Sem tempo e estrutura pra analisar o quão grande e chique era o seu banheiro, apenas abri o short saia que usava e abaixei, eu não vi ou senti nada de diferente.

Suspirei aliviada, como eu disse, eu já sabia que ele não tinha me tocado mas como minha memória não parecia 100% completa, eu ainda estava confusa mas acho que realmente ele não fez nada, eu não sabia se ele era tão bom com promessas boas como era com as ruins mas ele prometeu não me tocar mais daquela forma e eu esperava que ele cumprisse.

Me organizei e lavei o rosto, mexi nos armários no banheiro e tinha algumas escovas de dentes lacradas, um enjoo me subiu ao imaginar a quantidade de mulher diferente que ele deveria trazer pra cá, só espero que ele se cuide para não pegar DSTs, porque além de tudo ele ainda tinha um sério problema em usar camisinha comigo, me perguntava se ele usava com as outras, a preocupação se fixou na minha mente.

Abri a escova e continuei tentando fazer minha higiene, logo em seguida saí do banheiro, sentindo o frio do quarto me fazer praticamente tremer, me certifiquei de que ele ainda estava em seu sono profundo e caminhei até a porta do quaro, a vendo trancada, claro. Onde esse doido colocou a maldita chave porra?

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora