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Ana Luz

Eu não estava entendendo nada, o que ele queria que eu dissesse? Que nós estamos namorando? Quando na verdade nós nem nos conhecemos direito, quando na verdade nós só tínhamos um acordo, no qual eu estava aqui pra satisfazer ele sexualmente e tecnicamente isso já deveria estar acabando mas com tudo o que ele já fez eu já não tinha ideia de como as coisas iriam prosseguir.

Não olhei pra ele, não sabia o que dizer, não tinha ideia do que ele queria ouvir. Eu estava tímida e envergonhada pela presença do pai dele também.

— Responde caralho!— ele não gritou mas o tom tão ríspido me fez ficar paralisada com receio.

— Arthur, chega.— finalmente ouvi a voz do seu pai novamente.

— Não se mete pai!— que merda de educação era aquela, depois que eles me deram a certeza que eram pai e filho, eu fiquei super pensativa sobre a maneira que falavam um com o outro, sobre a maneira grosseira que ele se dirigia ao seu pai e sobre o fato do próprio senhor parecer não se importar muito, como se fosse normal.

— É sério.— o tom do homem foi mais sério, já tinha reparado na sua voz grossa mas ficava ainda mais em evidência em momentos que seu tom era firme.— Chama a Luana lá.— Ouvi o som da pequena risada forçada e anasalada do Arthur, parecia carregada de algo como deboche.

— Mas nem fodendo— não me segurei e o olhei, seu rosto vermelho, a veia saltando no pescoço e nos antebraços, ele ainda se encontrava com raiva.

— Olha pra mim porra.— eu não tava entendendo nada daquele diálogo, o que estava me deixando nervosa e até irritada.

— Sem chance disso pai!— ele estava falando assim só por não querer ir na casa da senhora ou por não querer fazer o favor pro seu pai em ir chamá-la? Que tipo de mimadinho de merda ele era?

— Eu não sou um moleque Arthur, já te falei!—  e cada vez ficava mais confuso— Presta atenção cara, já te deixei tudo muito claro, você é meu filho, sempre vou te ajudar, eu não vacilo contigo!— disse calmo e o Arthur estava parecendo... ansioso talvez?— Agora vai lá.

O silêncio se instalou por segundos que pareceram longos demais, eles tiveram trocas de olhares intensas, na verdade a tensão reinava naquele lugar desde o momento que adentramos. Sem falar mais nada o Arthur se levantou, quase fazendo a cadeira cair, ele se inclinou sobre mim e com brutalidade pegou no meu maxilar e ergueu me forçando a olhar pra cima, olhou nos meus olhos e me deu um beijo rápido e duro, mordeu meu lábio inferior forte demais e eu me segurei pra não gemer com a dor que me causou, ele me largou em seguida, logo saindo da cozinha.

O que tinha acabado de acontecer? Eu estava muito constrangida, minhas bochechas arderam, eu as sentia quentes demais. Evitei ao máximo olhar pro pai dele, que porra, o que deu na cabeça dele? Por que fez isso na frente do pai?

— Está tudo bem, não precisa ficar tão tímida.— depois que o pai dele falou eu finalmente o olhei— Você está tão vermelha... mas não precisa, sei o filho que tenho.— então ele estava acostumado com cenas assim?

— Ah, me desculpe por isso. Ele costuma agir assim então?— o homem riu, ele tinha o sorriso realmente parecido com o do Arthur. Eu quis me bater por deixar sair a pergunta.

— Bom, não exatamente.— ele ainda estava com uma expressão boa, parecia calmo e descontraído.— Ana.— me chamou depois de algum tempo, assim que eu voltei a "brincar" com a comida no meu prato, era impossível realmente sentar e jantar na situação que eu estava.

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora