VINTE E DOIS

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Apenas vinte minutos para dormir
Mas você sonha com alguma epifania
Apenas um único vislumbre de alívio
Para entender o que você viu

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Homem aranha: Bom ou Mal?

Era o quê as manchetes de todos os meios de jornalismo se perguntavam o dia todo. Desde que dera seis horas da manhã surgiram vários vídeos contraditórios e considerados problemáticos por uma considerável quantidade de pessoas do Homem Aranha. O Amigão da vizinhança como gostavam tanto de chamá-lo, aparecia fazendo seu dever, mas havia algo de diferente nele, a sua energia era diferente. Primeiramente, ele trajava preto, um detalhe simples que acabou se tornando uma teoria para todos: Teria ele sucumbido ás trevas? E cansado de ser um símbolo de esperança para todos? Porquê tudo no rapaz parecia transformado, as suas lutas contra os bandidos se tornaram mais agressivas, sua velocidade aumentou drasticamente, e não dizia uma única palavra, todos estavam acostumados com suas piadas divertidas e seu jeito leve de resolver as coisas, que agora parecia oposto.  Se um vídeo dele praticamente estrangulando Phill Green, um renomado cientista e recente viúvo por culpa dele mesmo não tivesse vazado, talvez alguns se sentissem culpados de questionarem tanto a moralidade de Homem Aranha. Mas toda vez que um problema surgia em nome do alter ego de Peter Parker, o falso vídeo dele matando Cláire Green era mostrado e mais pessoas eram enganadas e imduzidas a odiá-lo, e agora esse com o Phill provavelmente seguiria o mesmo destino. Porquê não adiantava ele se esforçar para ser o melhor, quando essas mentiras já estavam cravadas no senso do povo, afetando sua adorável reputação...

Que lamentávelmente, de adorável, não haveria mais nada.

(...)

Arabella estava dentro de um uber, quando estava lendo todas as notícias envolvendo Homem Aranha. E ela não compreendia absolutamente nada, do porquê ele decidiu trajar preto e havia se tornado tão agressivo do nada, assim como por quê diabos, ele estava estrangulando seu pai? Não entendia aquilo também, mas não seria ela a pessoa a julgá-lo por isso, sua mãe já havia a alertado ela de que Phill poderia ser perigoso, e ela já havia visto tantos sinais de seu caráter questionável, que não duvidava que ele pudesse ter feito alguma merda com Spidey. O seu motorista estava a destino da casa dele, o que contradizia com seus pensamentos sobre o pai, já que ela queria muito reencontrá-lo. No fundo, Arabella amava o pai, e queria revê-lo e perguntar se ele estava bem, mesmo que soubesse que ele de fato, merecia um castigo por ser tão cruel.

Quando o radinho do carro alertou que ela havia chegado ao seu destino, ela virou-se para a janela e sentiu arrepios ao encarar aquela mansão sombria que poderia fazer parte de um filme do Tim Burton, mas engoliu tudo de ruim que a impediria de sair daquele carro e desceu do veículo, suspirando com a visão que tinha. O tempo era doido para ela, e já nem sabia mais quanto dias já havia fugido de casa, e retornar parecia um pesadelo, mesmo que fosse apenas uma visitinha simples.

Ao adentrar a sua própria casa, fora recepcionada por todos os empregados. Ela observou que todos eles sentiam a sua falta, talvez sua presença fosse a única coisa viva naquela casa, de fato.

— Onde está meu pai? —  perguntou á um deles que lhe responderam que o homem se encontrava no escritório.

Arabella bufou, as últimas lembranças que tivera daquele lugar era dela e de sua mãe sendo esbofeteadas com a mão pesada do pai, ela engoliu seco tomando coragem e tocou na maçaneta, e a puxou para o lado, abrindo a porta.

—  O filho pródigo retornou ao seu lar depois de se deliciar no mundo á fora? —  aquela pequena provocação de Phill fez com que a respiração de Arabella ficasse pesada, e que ela pudesse pensar que ele realmente merecia ser estrangulado pelo Homem Aranha. Até a morte, se preferisse.  Para ela, poderia ser um ato de heroísmo, mesmo que de uma maneira distorcida.

REPUTATION | SPIDER MANOnde histórias criam vida. Descubra agora