DOIS

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Lembro de cada flash, como o tempo começava a embaçar. 

Como um sinal surpreendente, de que o destino finalmente me encontrou e sua voz era tudo o que eu ouvia, que eu tive o que merecia.

________

"Como podem confiar em um acidente genético? isso é um ultraje. nunca escutaram de suas mães dizerem para não confiarem em estranhos? - A minha mãe me isso ensinou isso muito bem. E esse ser vestido em um colante vermelho, é um completo inexperiente, que não pôde nem ao menos salvar àquela mulher inocente.

Então, não confiem em um ser, cujo os poderes de aranhas ( e que se veste com um traje estúpido) foram formados a partir de um acidente.

Super poderes legais, aranha! Mas aquela moça morreu.

O aranha é só um garoto.

Um garoto pensando que é um herói."

Peter Parker leu aquelas palavras sentindo que um buraco estava se abrindo em seu coração e tentava de todas as formas relaxar o seu corpo que se recostava em sua cama. Aquelas não eram palavras de Jameson, elas eram mais duras e lhe rompiam toda a sua alma, era seu orgulho ser chamado de herói, lutar contra o mal, ser como os outros heróis e trazer o bem, a paz, a esperança, esta era a responsablidade de Peter e a pessoa que escreveu aquilo nunca parecia enxergar isso, pois mesmo que a morte daquela mulher lhe trouxesse culpa e dor, ele jamais desistiria de tentar ser quem ele era.

De trazer esperanças as pessoas.

Era sua responsabilidade.

— O que te aflige, Peter? — a sua tia perguntou ao adentrar o quarto e sentou-se em sua cama, bem ao seu lado, observando Peter com a sua cabeça baixa. May estranhou aquele comportamento do sobrinho que estava se tornando frequente— Me diga com sinceridade, quem foi o valentão que te fez mal?! — Peter ergueu seu rosto cabisbaixo e negou com a cabeça.

— Não é nada, tia. — respondeu suavemente e mesmo assim May reconhecia que ainda havia algo escondido em sua boca. a mulher se aproximou mais do sobrinho e se encurvou um pouco para ele, e ergueu seu queixo com a sua mão, vendo seus olhos fundos e meio vazios.

— Eu sei que há. — insistiu ela encarando o garoto — Pode ser a coisa mais idiota do mundo, mas eu preciso saber!

Naquele estante, Peter encarou sua tia e sentiu-se acalentado por ela.

— É isso — mostrou o jornal para a tia, apontando específicamente para o texto escrito por Arabella. — Essa pessoa tem razão, tia?

May leu todas as duras e passou a refletir e ao mesmo segundo.

— Ela usou palavras muito duras. — May começou e Peter passou a encara-la fixamente, perguntando-se se sua tia poderia considerar concordar com a opinião daquele texto. — Mas não esqueçamos de um ponto, você é jovem Peter e não pode carregar o mundo em suas costas. Coisas ruins vão acontecer... e nem sempre vai poder impedir isso; mas você sempre está tentando, não é?

Peter sorriu apertado e pegou o jornal de volta, recebendo um abraço de sua tia, que imobilizou seu corpo inteiro.

— Porque se importa tanto? — Peter a escutou perguntar.

— Porque você é um cara que me inspira. — foi a única coisa que respondeu e abraçou mais forte o garoto. - Você salvou o mundo! Voltou a vida... Não se culpe mais tudo bem?

Peter estremeceu.

Relembrar da última missão com os vingadores não era algo confortável para ele, noites sem dormir, pesadelos frequentes onde perdia todo mundo de novo e a frequente culpa de que deixou Tony Stark morrer por quê não era forte o suficiente. Já bastava seu tio.

— Sim, tia. sim. — respondeu Peter com a cabeça recostada no ombro de sua tia.

— O que é isso? — ela o soltou, pegando a bússula que estava em cima da cômoda de Peter.

May admirou aquela coisa por alguns segundos, principalmente o dourado cintilante dela. Mas Peter, bruscamente a tomou de suas mãos, recebendo um olhar repressor dela.

-- Ned esqueceu aqui, é de sua mãe. — Peter respondeu tudo de maneira rápida. — É especial para ele, eu não posso perdê-la.

— Entendo — respondeu May — Mas é muito linda. -- disse ela olhando para a estrelinha preta brilhando.

— Verdade — concordou Peter, recordando-se da mulher que morreu, essa corrente parecia o único objeto de valor que a moça tinha. Ele não sabia como poderia entregá-la de volta a família, então guardou para si.

-- Agora eu tenho que me arrumar para o plantão amor -- a mulher beijou o rosto do sobrinho e deu um sorriso para ele -- Boa sorte e não se meta em confusão. Se proteja, Peter.

Ela saiu da cama e foi embora.

No fundo ela e Peter eram iguais, lutavam para salvar vidas. Por isso se entendiam tanto.

(...)

Arabella fechou o notebook, mais um post havia sido escrito por ela para o seu blog onde ela detonava o amigão da vizinhança. Quando sua mãe morreu, ela percebera qua havia ficado completamente sozinha, seu pai só se importava com suas armas e pesquisas idiotas e os homens engravatados, os amigos que eram uns arruaceiros, se afastaram quando Arya decidiu parar de aprontar brevemente. O luto que tinha e seu blog eram suas únicas companhias naquela mansão solitária naquele momento.

Mas diferentes dos dias anteriores, hoje escutou vozes que sabia que não eram dos empregados. Pareciam de seu pai e de outras duas pessoas que não conhecia.

Ela se levantou da cama e colocou uma roupa mais apresentável que seus pijamas surrados, não era todo dia que via seu pai chegar antes da 00:00 em casa, e quando chegou na sala de estar ficou surpresa com o que vira.

-- Harry Osborn??--- Ela falou o nome do inimigo de infância que não via fazia séculos.

O fato de não vê-lo não significava nada, já que Phill enchia o saco quase sempre fazendo comparações ridículas dos dois. E daí, que ela era um grande problema e Harry cada dia ficava mais inteligente e conquistando várias coisas? Será que ela simplesmente não podia ser ela mesma e Phill deixasse Harry na dele sendo o filho perfeito na casa dele?

-- Arabella isso é jeito de tratar nossas visitas? -- Phill riu sem graça -- Norman me desculpe, a minha filha nunca cria jeito.

--- Não se preocupe, eu entendo você. Pode não parecer, mas Harry também apronta bastante, ele só... É mais contido que sua filha.

Arabella suspirou ouvindo aquela conversa e se sentou no enorme sofá da sala, Harry a seguiu sentando-se ao lado dela. E os dois entraram em um silêncio profundo, Harry parecia olhar para um ponto inexistente da enorme e meio tradicional, sala de estar dos Green's. Enquanto Arabella disfarçava o olhar que ela tinha sobre o garoto, ela notara que ele não parecia saudável, estava pálido, olheiras roxeadas abaixos dos olhos e a boca seca. Mas mesmo ela ficou surpreso de achá-lo charmoso. Minutos depois se condenou pelo maldito pensamento.

-- Só pra você saber, eu to odiando ter que olhar pra sua cara. -- arabella bufou e mentiu obviamente.

-- Se depender da aliança dos nossos pais, terá de aguentar por muito tempo. -- Harry disse silenciosamente.

Arabella franziu o cenho.

-- Isso é bastante comum, não é a primeira vez que meu pai se alia a alguém para fazer algum projeto.

-- Não, garota -- Harry discordou -- Você não entendeu. Eu acho que eles querem firmar os negócios para sempre, eles nos querem juntos.

***

REPUTATION | SPIDER MANOnde histórias criam vida. Descubra agora