VINTE E SEIS

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Tudo o que eu precisava era do amor que você deu, tudo o que eu precisava para suportar outro dia


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Peter ainda acreditava que ela estava em estado de confusão mental, mas respondeu dizendo que estavam em abril de 2020. Ele notou alívio na expressão corporal dela, quando ele respondeu isso. Achou estranho, mas considerando que ele a encontrou tendo uma espécie de crise nervosa, e que seu nariz não parava de sangrar, ele não tinha direito de pensar nada.

Arabella estava deitada na rede, se esforçando para respirar fundo enquanto sua consciência dolorida voltava ao mundo real. Ela havia visto muita coisa, coisas ruins demais, ela soube que seu pai era um assassino de acordo com as palavras desesperadas de sua mãe, e que além de tudo, também era um agressor. Ela sentia seus dedos se enroscarem nos fios castanhos de sua cabeça numa tentiva de lhe trazer alívio, mas seus lábios continuaram trêmulos e suas mãos também. Ela precisava de espaço e tempo para poder processar tudo. Portanto, enquanto sentia que que sua realidade estava voltando, ela percebeu que sua camisa estava completamente suada, e quando tocou seu nariz sentiu o sangue pisado, e se envergonhou por ter sido vista dessa maneira outra vez.

Pior, ela tinha certeza que Peter viu mais do que apenas seu nariz sangrar.

— Não acredito que me viu assim... Sangrando, gritando... — ela falou constrangida, mas quando percebeu Peter apareceu com um pano molhado e se juntava a ela na rede, olhando adentradamente para seus olhos azuis, e depois encostando o pano úmido nas partes sujas abaixo de seu nariz.

— Eu já vi coisas piores... Nunca te julgaria. Mesmo que nunca compreenda o que aconteceu com você. — disse, enquanto limpava os resquícios de sangue seco.

— Foi uma droga. Eu reagi mal a ela e passei essa vergonha toda.

Arabella não cansava de dar desculpas ruins.

Mas Peter Parker não acreditou nela, ele conseguia perceber a mentira dela se esvaindo de sua boca.

—  Está limpo — ele riu, dizendo aquilo e depois sorriu para ela. Seu desejo era abraçá-la, mas a diferença de Peter Parker para o Homem Aranha, era que Peter só havia se tornado uma espécie de amigo dela há pouco tempo (e ele tinha medo de confiar nisso e cair numa cilada) e o Spidey praticamente tinha uma história com a garota.

Peter não.

— Obrigada. — ela agradeceu baixinho, tocando a mão quente dele e respirou profundamente, enquanto sentia um impacto forte inebriar seu corpo todo, eram como se fossem pequenos choques elétricos sentidos em sua veias, e Peter também compartilhava da mesma sensação.
Esta era a segunda vez que isso acontecia, a outra foi quando ele tocou seu fio vermelho que estava amarrado no seu pulso, que infelizmente nem com ela estava mais.

Peter sorriu para ela enquanto se levantava, Arabella sentiu que ele estava um pouco tímido.

— Você já pode ir, Parker. Já fez muito por mim.

— Deixar você sozinha aqui? Nesse lugar deserto? —  ele fingiu naturalidade, como se aquele não fosse seu refúgio em todas as horas.

—  Eu conheço esse lugar...Não quero ir embora agora — ela disse num tom pensativo, continuando a encarar ele, seus olhos pareciam profundos demais e diziam bastante coisa, Peter se sentia incapaz de lê-los, apesar da curiosidade. — Como teve a ideia de vir pra cá? Dizem que esse lugar é assombrado — ela perguntou, curiosa e num tom risonho apesar da expressão cansada no rosto.

Peter naquele momento paralisou. Aquele lugar era dele, mas ela não poderia saber nunca disso! Então ele estava tentando inventar a melhor desculpa que podia pensar.

REPUTATION | SPIDER MANOnde histórias criam vida. Descubra agora