DEZESSEIS

855 88 160
                                    


Acho que já vi esse filme antes
e não gostei do final

_____

Arabella despertou com a profunda claridade que queimava nela, e com dificudade foi abrindo seus olhos, não reconhecendo o lugar onde havia passado a noite, isso durou até encontrar sentado sobre o chão, enquanto apoiava as mãos no carpete, Peter com seus olhos encarando ela, Arabella deu um grito tão alto que fez May se queimar enquanto fazia as panquecas, e o susto foi tão impactante para ela que acabou sem querer escorregando do sofá, e cair de encontro com o garoto. O momento que eles acabaram compartilhando foi desconsertante, porém foi tempo suficiente para que os dois jovens se olhassem profundamente. Arabella engoliu seco, sentindo sensações estranhas, Parker era tão familiar para ela e isso era tão esquisito. Pensar nele dessa maneira lhe causou uma sensação breve de nervosismo, e para tentar se acalmar ela começou a brincar com sua fita vermelha amarrada no seu pulso.

— Eu juro que não estava te observando dormir — Peter se defendeu rapidamente, enquanto se endireitava no chão.

— Eu acredito em você, Parker... Eu só não esperava-

— Acordar no meu sofá? De repente, se lembrou de que não gosta de mim e que tudo ontem foi um impulso seu?

Arabella franziu o cenho, negando com a cabeça, sibilando um sonoro "não"

— É só que minha vida está uma bagunça, Parker.

Peter desejou dizer á ela que a dele também estava. Mas se conteve.

— Por que Parker? Eu tenho um primeiro nome... — ele disse baixo, coçando os fios cacheados e extremamente bagunçados, aquela era uma cena fofa de ser ver.

— Temos intimidade para isso?

— Você chegou de repente na minha casa, pediu desculpas á mim, vimos De volta Para o Futuro juntos, e você ainda confessou uma memória de sua infância e logo depois adormeceu no meu ombro... — ele listou, surpreendendo Arabella sobre ela mesma. Ela sentia que havia enloquecido, ou talvez exagerado um pouquinho na dose e assustado o garoto — Não quero ceder logo a minha amizade para você, mas não somos mais estranhos disso tenho certeza, Arabella.

Arabella suspirou, lançando-lhe um fraco sorriso e oferecendo um aperto de mão.

— Me chame de Arya, então. E eu te chamo de Peter, que tal?

Peter assentiu, com um sorriso também. No fundo ele sentia medo de confiar nela, mas decidiu lutar contra o sentimento e enfrentar o novo. May, que estava um pouco apressada, acabou interrompendo o momento quando apareceu para chamar os dois para o café, os dois jovens obedeceram seu pedido e a acompanharam até a mesa, e ambos perceberam o quanto a mulher estava empolgada, ela falava tanto que certas vezes deixava Peter constrangido, mas Arabella apenas se divertia, notando que talvez sua ideia de Peter viver em um lar abusivo era coisa  mais estúpida que havia pensado, mas de qualquer jeito, os hematomas frequentes que ela viu ainda eram suspeitos para ela. May por outro lado, conseguiu despersar os pensamentos da menina, e distraí-la, ela tinha tanto ânimo enquanto falava de seu sobrinho, que deixava Arya encantada, fazendo-a tristemente refletir que o que via era uma família de verdade, ela pensara que se só fosse só apenas ela e sua mãe, os problemas simplesmente nunca teriam existido. Se o tempo apenas consertasse isso, ela seria tão grata, mas o tempo é tão mal... Ele não tem pena de ninguém.

— Qual foi o acidente de Peter? -- de repente uma Arabella curiosa perguntou, e tia e sobrinho se entreolharam assustados, mas Arabella nem havia notado a tensão que sua pergunta causou.

REPUTATION | SPIDER MANOnde histórias criam vida. Descubra agora