TREZE

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E eu venho querendo te dizer
Eu acho que sua casa é assombrada
Seu pai está sempre bravo e deve ser por isso
Eu acho que você deveria vir morar comigo
E nós podemos ser piratas
Então você não terá que chorar
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A visão atual de Arabella não poderia estar pior, além do hematoma em seu rosto pálido, suas roupas ficaram enxarcadas devido a chuvasca que pegou, e tremia de frio. Mas para ela nada podia ser mais humilhante do que estar parada em frente aquela porta, e ter se atrevido a tocar aquela maldita campainha. Ele era pessoa que ela menos queria por perto, mas tristemente ela achava que ele seria a única a segurar sua mão. Pensar nas coisas desse ponto de vista, era saber que ela era uma pessoa solitária, e que tudo isso era culpa exclusivamente dela e de seu passado tempestuoso. Arya só queria chorar e gritar aos sete ventos o quanto odiava seu projenitor, pois nem mesada ele dava a ela, ou seja, ela também não tinha nada material, além de suas roupas.

— Eu sei, que é provável que você esteja me achando uma maluca agora, batendo na sua porta assim nesse estado, toda encharcada e, e... —  Arya preferiu não mencionar o lado machucado machucado de seu rosto, o ato de pensar já lhe era doloroso, falar sobre ela seria pior. Ela preferiu fingir que não havia acontecido nada. — Mas eu preciso da sua ajuda!

— O quê ... —  foi tudo que o rapaz conseguiu pronunciar, encarando fixamente o rosto da garota. Ele estava assustado, com medo do que escutaria da boca de Arabella. -- Aconteceu com você?

— Meu dia está sendo um inferno, e minha cabeça está latejando Harry. — ela explicou, resumidamente enquanto evitava dar mais detalhes, deixando sem perceber os traços de desespero nos seus olhos e sua voz aparecerem, e quando tentou dar passos, ela quase se desequilbrou, mas foi salva pelas mãos do rapaz.

— Eu vou... fazer de tudo para te ajudar. — foi tudo que ele respondeu, encarando profundamente a garota que parecia nervosa demais, e depois a levando para o seu sofá.

Harry foi logo chamando a empregada e ordenando que ela trouxesse o remédio que Arabella pediu. E não demorou meio minuto, para que a senhora trouxesse uma bandeja com comprimidos e um copo d'água . Arabella não chegara a notar, mas o olhar dele era de profunda preocupação e empatia.

— Obrigada... — Arya disse, pegando os comprimidos e colocando-os na boca e os engolindo com o copo d'água. Harry pediu que ela se sentasse e assim ela fez. Harry olhava fixamente para ela, isso estava começando a incomodá-la.

— Estou começando a ficar com medo de que não confie em mim.

Harry negou com a cabeça, e se sentou ao lado dela.

— Sei que Phill é louco, e provavelmente sua fuga tem relação com seus problemas com ele.

Arabella assentiu, assustada e se encolhendo no sofá.

Não quero falar disso, não quero falar disso, não quero...

— Eu... posso ficar mais próximo de você e... te abraçar ? — O rapaz disse, pedindo sua permissão, e ela ficou hesitante em aceitar, nunca foi muito carinhosa, mas o momento pedia qualquer coisa que lhe trouxere calorisidade no seu coração. Algo que aliviasse seu desespero e a dor latejante no seu rosto, um detalhe que ela se esforçava ignorar mas que estava bem estampado na sua bochecha esquerda e que Harry havia notado desde o primeiro instante, mas ele apenas preferiu ser cauteloso e se abster de qualquer comentário indelicado, sabia que sua fuga era motivada por aquele hematoma horrível.

E para o desespero de sua natureza fria e detestável, Arabella permitiu o abraço, e respirou profundamente quando ele passou seus braços quentes sobre o corpo magro dela. Ela quase chorou ali mesmo.

REPUTATION | SPIDER MANOnde histórias criam vida. Descubra agora